Comissão da Conmebol veta cartola argentino ficha suja e checará Del Nero
A comissão de governança e transparência da Conmebol vetou que Daniel Angelici, presidente do Boca Juniors, assuma a vice-presidência da AFA (Associação de Futebol Argentina) após verificação de sua ficha suja. Essa checagem será feita com todos os dirigentes da confederação sul-americana e de suas federações nacionais a partir do momento que são eleitos ou reeleitos. Isso incluirá o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.
Por imposição da Fifa, a checagem da idoniedade dos dirigentes da Conmebol e das suas federações nacionais foi estabelecida no novo estatuto da entidade, válido desde setembro de 2016. Há a obrigação também de as próprias entidades realizarem suas verificações internas. Esse trabalho começou por cartolas que participaram de eleições recentes.
São os casos do Claudio Tapia e Daniel Angelici, eleitos presidentes e vice-presidente da AFA em março, em meio à crise na entidade. Pois bem, um grupo da comissão de governança e transparência da Conmebol ficou encarregado de checar suas fichas. O grupo atua de forma independente do Conselho da confederação (cúpula da entidade) e suas decisões são válidas. Haverá possibilidade de recurso a tribunais esportivos.
Presidente do Boca, Angelici foi vetado por conta de seus problemas no futebol e fora dele. Em investigação federal, ele é acusado de tráfego de influência sobre juízes. Atuaria como operador judicial do presidente da Argentina, Mauricio Macri, que é ex-presidente do Boca e de quem é aliado. É dono de bingos e também teria agido para influenciar a comissão de jogos do país.
No futebol, Angelici foi flagrado em escutas em que influencia a decisão do tribunal disciplinar para amenizar punições a jogadores do Boca Juniores. Em outro áudio, pede ao ex-presidente da AFA que dê orientações aos árbitros sobre não prejudicar o seu time.
O veto da comissão da Conmebol ao cartola argentino mostra que há disposição de atuar contra dirigentes com problemas. Pelo estatuto, a checagem será feita todas as vezes em que um dirigente for eleito, ou reeleito. Há uma previsão de que Del Nero vá marcar eleição para presidente da CBF no primeiro semestre de 2018 para se antecipar a Copa da Rússia, como fez na sua eleição em 2014.
A instrução na comissão da Conmebol é passar a checar permanentemente aqueles dirigentes eleitos e reeleitos, o que deve ser feito com periodicidade de um ano. O estatuto da Conmebol fala em critérios objetivos para os exames de idoniedade, mas não explica quais são eles.
O blog apurou que são levantados todos os processos criminais e cíveis, além de denúncias contra os dirigentes. Depois, é enviado um ofício para eles para que se expliquem sobre as questões em que estão envolvidos. Se as justificativas não convencerem, a comissão veta sua entrada nas entidades como fez com Angelici.
Del Nero é acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de receber propina por contratos de direitos da Libertadores, Copa do Brasil e Copa América. É o único dirigente envolvido no caso Fifa que continua no cargo. Ele não viaja para o exterior porque será preso em países que tenham tratado de extradição com os EUA.
Além disso, há um inquérito da Polícia Federal no Brasil para investigar o caso Fifa que está parado. No Paraguai, há uma ação da Conmebol que atinge ex-membros do Comitê Executivo no período em que houve desvios na entidade, Del Nero está entre eles. Há ainda um processo disciplinar contra o cartola na Fifa há um ano e meio, sem que tenha andamento.
O presidente da CBF nega que tenha recebido subornos e diz ser inocente das acusações nos EUA. Não se dispôs a ir à corte de Nova York, no entanto, e por isso o processo está parado.
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