Com custo baixo, projeto do estádio do Galo prevê 10 mil lugares populares
O projeto de estádio do Atlético-MG tem como premissas custo baixo, investimento sem aumento de dívida e um quarto dos lugares dos lugares com preços populares. Para tornar essa fórmula possível, a estratégia é usar um ativo do clube e parcerias. Acordos estão alinhavados e agora irão para votação no Conselho Deliberativo.
O projeto é de um estádio de 41.800 lugares, no bairro Califórnia, perto da divisa de Belo Horizonte com Contagem. Desses, seria reservado um setor de 10 mil pessoas com preços populares, em torno de 25% do estádio, sem assentos. O objetivo da diretoria atleticana é trazer de volta um público que atualmente não tem acesso aos jogos.
Há uma estimativa inicial da diretoria do Galo de que poderia se cobrar ingressos entre R$ 15,00 e R$ 20,00 a preços atuais neste setor. Haveria ainda outros 10 mil lugares a preços médios. E, enfim, os setores caros para bancar os restantes.
A ideia não é nova e outros clubes como o Corinthians pensaram nisso no projeto inicial. Mas o alto preço final tornou inviável a cobrança de preços populares. Assim, quase nenhum estádio novo construído pós-Copa tem valores mais baixos de entradas por seus altos custos.
Para viabilizar essa ideia, o Atlético-MG tem um projeto que envolve custo baixo de construção, cortando juros e construções luxuosas da fórmula. O valor ficaria entre R$ 400 milhões e R$ 415 milhões, e o objetivo é fechar com uma construtora que aceite fazer tudo a preço fechado.
O que o clube já conseguiu é significativo. O Galo obteve o terreno cedido pela MRV que é gerida por um atleticano, Rubens Menin. Ele deve ficar com os naming rights e ainda investiria R$ 60 milhões por isso.
A maior fatia do investimento, no entanto, virá da venda para a Multiplan de R$ 50,1% do shopping Diamond Mall, que seria inteiramente do Atlético-MG daqui a 9 anos. O valor a ser arrecadado é de R$ 250 milhões.
Há uma discussão sobre esse negócio porque o clube hoje recebe R$ 9 milhões por ano com o shopping, e é estimado que receberia R$ 40 milhões quando tivesse a posse integral. A diretoria atleticana entende ser um bom negócio porque manteria R$ 20 milhões e passaria a ter a renda do estádio.
Contas do clube apostam em torno de R$ 50 milhões de arrecadação bruta com a arena, e R$ 20 milhões de despesas. Essas contas são de um estádio com manutenção baixa e com boa rentabilidade. Resta botar a fórmula em prática.
A estimativa do clube é obter outros R$ 100 milhões com venda de propriedades do estádios, cadeiras e camarotes, por 15 anos. Um total de 5.000 lugares será postos à venda. A ideia inicial era que cadeiras fossem vendidas a R$ 25 mil.
O BMG, banco de propriedade de um ex-presidente do clube Ricardo Guimarães, entra com uma garantia de pelo menos 60% desse total caso as vendas não ocorram. O banco e Guimarães são credores de cerca de R$ 100 milhões do Atlético-MG por empréstimos, mas isso não entrará na operação. A dívida foi construída na própria gestão de Guimarães do Galo.
As contas do clube, aliás, ficarão separadas do fundo do estádio que deve ser formado como sociedade específica. Assim, não haveria risco de penhoras. Entre os grandes clubes brasileiros, o Galo tem a segunda maior dívida com R$ 518,7 milhões, em números do final de 2016. Há uma grande parte dela que é fiscal e está sendo paga no Profut.
A separação das contas é o modelo mais usado por clubes para construir estádios. Para a operação seguir, o Conselho do Atlético-MG precisa aprova-la em 18 de setembro quando haverá uma votação. Aí restará encaixar tudo no orçamento e fechar com uma construtora.
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