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Rodrigo Mattos

Maracanã 'menor' e só para sócio reduz renda de final do Fla

rodrigomattos

31/08/2017 15h56

Para a final da Copa do Brasil de 2017, diante do Cruzeiro, a diretoria do Flamengo vendeu menos ingressos e a preços menores só para sócio em relação à decisão do título de 2013. Com isso, deve ter uma renda menor do que naquela decisão. Há explicações para as mudanças: restrições de lugares no estádio, crise econômica do Rio de Janeiro, ser o primeiro jogo da decisão e o incentivo a associação.

Em 2013, diante do Atlético-PR, o Flamengo conseguiu uma renda total de R$ 9,7 milhões. Havia naquele jogo sócios-torcedores e sem associação. Nesta partida diante do Cruzeiro, só haverá membros do programa sócio-torcedor do clube já que os ingressos estão praticamente egotados.

A carga total será de 67.931 com um número de pagantes de 54.102 previstos. Na última final da Copa do Brasil no Maracanã, a carga total chegou a 71.101 com a utilização efetiva de 68.857. Excluídas as gratuidades, os pagantes foram 57.991. Ou seja, uma diferença de quase 4 mil ingressos vendidos.

Além disso, houve uma redução dos preços dos ingressos para sócios que compraram todos os bilhetes. Em relação aos não associados, os valores se mantiveram estáveis. Naquela final de 2013, o preço médio era R$ 141,00. Ainda será preciso fechar a conta dessa decisão para fazer uma comparação.

Naquela final diante do Atlético-PR, os sócios pagaram R$ 150,00 na Norte. Agora, o preço ficou entre R$ 80,00 e R$ 115,00 dependendo do plano. Na Sul, o valor foi de R$ 150,00 em 2013, e ficou entre R$ 100,00 e R$ 145,00 para esta decisão. E isso se repete nos setores Leste (inferior e superior), Oeste e Maracanã Mais.

Mas é preciso ressaltar que antes os sócios podiam acumular os descontos com meia-entrada de estudante, e agora isso não poderá ocorrer. Em 2013, 13 mil sócios pagaram apenas R$ 75,00 na Norte por conta do desconto acumulado. Além disso, ao reduzir os valores dos ingressos para sócios, a diretoria do Flamengo levou em conta a crise econômica do país e o fato de ser a primeira partida, e a não a decisiva.

E principalmente há uma política da diretoria do Flamengo de incentivar o programa de sócio-torcedor, e uma final como a Copa do Brasil é um momento propício para isso. Portanto, para os sócios, são estabelecidos preços mais baixos. Houve adesão em massa às vésperas da final da competição.

Obviamente, se o clube perde em bilheteria, ganha bastante com as mensalidades do programa de sócio. O orçamento prevê R$ 38,6 milhões de arrecadação com sócio-torcedor em 2017, R$ 11 milhões a mais do que 2016. Ou seja, compensa perdas de bilheteria se cumprir esse número.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.