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Rodrigo Mattos

Saiba como a Globo deve faturar R$ 3 bilhões no ano da Copa da Rússia

rodrigomattos

12/09/2017 04h00

A Globo deve faturar R$ 3 bilhões com patrocinadores de futebol para o ano da Copa-2018. Esses dados constam dos pacotes publicitários da empresa para TV aberta e fechada, sendo que a maior parte já tem acordos fechados. E isso não inclui todos os ganhos da empresa. A receita da emissora será levemente superior a do Mundial-2014 quando o evento foi no Brasil.

No final de agosto, o apresentador do Jornal Nacional William Bonner anunciou que a emissora fechara seus pacotes de futebol para 2018 que incluem as partidas da temporada regular, excluída a Copa. Cada cota foi vendida por R$ 230 milhões para seis empresas. No total, o valor é de R$ 1,380 bilhão.

Houve uma leve redução em relação à cota do ano passado por conta do Mundial e pela queda no número de partidas oferecidas na temporada. Foram 85 datas de jogos de futebol no pacote quando normalmente eram entre 90 e 95. Isso se explica pela Copa do Mundo e porque não estão incluídos os amistosos da seleção. Mas, ainda assim, são oferecidas 1.974 inserções publicitárias.

Outro pacote já negociado é o da SporTV para a Copa-2018. Foram oferecidas seis cotas de R$ 108,7 milhões nas propriedades publicitárias que começaram a ser exploradas em março de 2017. Foram vendidas para cinco empresas, somando R$ 543 milhões. A oferta é de 205 jogos entre Copa das Confederações, Copa sub-20, Copa do Mundo, eliminatórias, amistosos, entre outros.

Por fim, há o pacote da Copa do Mundo da Globo. Cada uma das seis cotas é de R$ 180 milhões, valor igual ao cobrado para o Mundial-2014. Esse preço é válido até outubro de 2017 com prioridade para as empresas que já são parceiras da emissora para o restante do futebol. A perspectiva de faturamento total, portanto, é de R$ 1.080 bilhão.

Para convencer os anunciantes, a Globo lembra que teve em torno de 80% da audiência na última Copa. E atingiu 164 milhões de pessoas. Somado a isso, a empresa viu um aumento na audiência da seleção desde a chegada do técnico Tite quando o time começou a vencer nas eliminatórias.

No total, o valor a ser arrecadado com patrocinadores pela Globo é de R$ 3,003 bilhões. Na Copa-2014, a emissora faturou com as mesmas propriedades R$ 2,853 bilhões. De novo, isso não inclui todos os ganhos da emissora com o futebol, pois há o valor recebido pelo SporTV de operadoras (percentual do montante pago pelo assinante), pay,per,view e ainda revenda de anúncios para empresas afiliadas, entre outros benefícios.

Ressalte-se que, em compensação, a Globo tem que gastar valores milionários e até bilionários com a compra de direitos de televisão. Só o Brasileiro custará R$ 1,1 bilhão à emissora em compras de direitos. Na temporada 2015, foi R$ 1,3 bilhão gasto em todos os direitos dos campeonatos nacionais, e nem era ano de Mundial. Para a Copa, a Globo tem de pagar um valor mantido em segredo para a Fifa.

Há ainda custos de produção para realizar as transmissões e para operar o sistema de pay-per-view, embora esses gastos sejam bem inferiores aos pagos pelos direitos.

Está claro que o ano de Mundial é vantajoso para a emissora já que o faturamento de R$ 3 bilhões é igual à receita integral do futebol da emissora em um ano, puxada pelo Nacional.

Dentro da Globo, a avaliação é de que a Copa da Rússia será um evento tão benéfico quanto a do Brasil. Não houve, no entanto, crescimento do valor total no ritmo da inflação. Isso é atribuído dentro da emissora mais à crise econômica do país do que ao fato de a Copa ser em outro país.

De fato, no mercado de TV Fechado, por exemplo, tem ocorrido uma redução do número de assinantes. Atualmente, estão em 18,6 milhões, quantidade inferior ao pico de 20 milhões. Mas, na TV Aberta, a Globo tem obtido aumento de audiência no futebol nos últimos anos, o que potencializa o valor econômico de seus pacotes.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.