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Rodrigo Mattos

Um empate gremista no Rio. Será que o Botafogo chegou no seu limite?

rodrigomattos

13/09/2017 23h40

O cenário não poderia ser mais favorável ao Botafogo antes do primeiro jogo das quartas da Libertadores: o Grêmio tinha dois desfalques importantes, era um jogo em casa e o time vinha animado por vitória em um clássico. Mas a equipe gaúcha controlou, na maior parte do tempo, o jogo e saiu com o empate que lhe favorece. E leva um favoritismo para o Sul.

De início, esperava-se um Grêmio com mais posse de bola do que o Botafogo pelas características das duas equipes. E assim foi.

Mas também seria esperado que o time carioca se aproveitasse da ausência de Geromel para achar espaços nos contra-ataques de bolas longas que são o seu forte. Ainda mais com um Bressan, longe da segurança do titular, na zaga gaúcha. E assim não foi.

Ao final do jogo, foram quatro conclusões, sendo apenas uma no gol. Levou perigo em bolas alçadas como quando Bruno Silva ganhou da defesa gremista, ou quando Roger chutou em cima da zaga. Mas foi pouco para um mandante.

Verdade seja dita que o Grêmio teve mais conclusões, mas não foram lá tão claras. O seu jogador mais efetivo era o meio-campista Arthur. Meio-campista, sim, porque domina todas as funções que se executa nesta faixa do gramado. Toma a bola, sai com ela com qualidade, ocupa os espaços como se deve para apoiar, e aparece na frente para chutar. Destaque absoluto do jogo.

Faltava a presença de Luan para haver o mesmo pensamento lúcido mais à frente. O Grêmio ainda se ressente do recém-saído Pedro Rocha que somava inteligência à velocidade, enquanto Fernadinho tem apenas a segunda qualidade.

Houve um lance duvidoso de entrada de Edílson em Gilson na área gremista. Após ver o replay três vezes, não cheguei a uma conclusão se houve ou não a falta. Ao final, de saldo, o Grêmio teve 10 conclusões, contra quatro do Botafogo, além de 54% de posse de bola e mais passes certos.

E, como o Grêmio deve ter seu craque no segundo jogo, e também seu estádio, se torna naturalmente o mais forte candidato à vaga brasileira nas semifinais. Ao trabalho muito bem feito pelo técnico Jair Ventura tem faltado recursos ofensivos nos momentos decisivos. Mas ressalte-se que o Botafogo já superou momentos difíceis nesta Libertadores: resta saber se agora chegou ao seu limite ou vai além.

 

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.