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Rodrigo Mattos

Justiça rejeita pedido do Fla de reduzir custo do Maracanã e igualar Flu

rodrigomattos

31/10/2017 11h15

O Flamengo entrou na Justiça para tentar jogar no Maracanã em 2018 com o mesmo custo do Fluminense, mas só conseguiu que não houvesse nova majoração de taxa. A briga é com a Odebrecht que faz a gestão do estádio. O clube rubro-negro quer pelo menos garantir um estádio de grande porte para jogos do próximo ano.

Atualmente, o Flamengo joga com aluguel mínimo de R$ 400 mil no Maracanã, ou 20% quando a renda for mais alta. Isso torna parte dos jogos do clube deficitários como ocorreu no clássico diante do Vasco. Nesta partida, a CBF e o governo do Estado obrigaram o Rubro-negro a atuar no estádio por questões de segurança.

Foi justamente em meio a esse imbróglio, em 18 de outubro, que o Flamengo entrou com um pedido de liminar contra a Concessionária Maracanã. Reivindicava que o clube tivesse as mesmas condições financeiras do Fluminense, com custos totais por jogo de no máximo R$ 250 mil – R$ 100 mil fixos e outros R$ 150 mil adicionais. Ao mesmo tempo, pedia garantia de poder realizar jogos no estádio em 2018, sem ser impedido pela Odebrecht.

No dia 19 de outubro, a juíza Milena Angelica Diz concedeu apenas em parte o pedido do Flamengo. Ou seja, deu a garantia de que o time possa jogar no Maracanã em 2018 com as mesmas condições de hoje, mas rejeitou redução das taxas.

"Doravante, o Flamengo assinou, esponte própria, o acordo financeiro que vige até o final de dezembro e, muito embora alegue que os valores ali estabelecidos são exorbitantes, aceitou pagá-los, de modo que não se verifica, em sede de cognição sumária, parâmetros para a redução do valor, ainda que o argumento utilizado seja a fixação de valor inferior para o Fluminense por meio de ou decisão judicial de segundo grau", diz a decisão da juíza.

Lembre-se que o Fluminense tinha um contrato com a Odebrecht em que, inicialmente, nem pagava despesas do estádio, enquanto o Flamengo dividia custos com a empresa.

Em seguida, a magistrada Milena Diz afirmou que entendia "razoável" o pleito do clube de ter direito a jogar no estádio sem novos reajustes em 2018.

O blog apurou que o principal objetivo da diretoria do Flamengo era ter uma garantia de poder usar o estádio e, se possível, abaixar as cotas. Assim, seria uma alternativa cara, mas viável para partidas importantes como as da Libertadores. Mas o clube não descarta procurar outras opções por conta das altas taxas.

A primeira decisão foi apenas em liminar e o mérito final ainda não foi julgado. Haverá uma audiência de conciliação entre as partes em dezembro. A Odebrecht negocia sua saída do Maracanã com o governo do Estado, mas isso só deve ocorrer a partir do meio de 2018. Ou seja, até lá o clube tem que negociar com a construtora.

Nem Flamengo, nem Odebrecht responderam se vão recorrer da primeira decisão liminar.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.