Por que a "força nos bastidores" faz mal à Libertadores e ao futebol
Quase final da primeira decisão da Libertadores, o Grêmio tem um pênalti claro a seu favor ignorado apesar do árbitro de vídeo. O fato gera uma justa insatisfação da diretoria gremista que se transforma em seguida em uma iniciativa para reclamar formalmente à Conmebol. Busca-se apoio político, a famosa "força de bastidores", para evitar novos prejuízo.
Não há porque criticar a atitude gremista. A diretoria do time gaúcho dança conforme a música: a Libertadores é uma competição também jogada fora de campo e é preciso se precaver. Quando um dirigente vai à Conmebol, o cartola que está do outro lado lembra dele e vai tomar mais cuidado com arbitragem, julgamentos, etc. Não muito diferente do que ocorre na CBF em relação ao Brasileiro.
O que é lamentável é que os clubes, principalmente os brasileiros, ainda tenham que fazer esse jogo de "força de bastidores" na principal competição para garantir lisura da competição. E isso ocorre por conta do excesso de desconfiança em relação à Conmebol por uma série de escândalos, que iam de desvios de dinheiro até arbitragem.
Ora, a Conmebol mudou de diretoria e o novo presidente Alejandro Dominguez tomou, sim, algumas atitudes bem corretas. Fez concorrência pelos direitos da Libertadores, aumentou a transparência, abriu as portas para os clubes. Mas a herança é pesada e não se desanuvia tão facilmente.
Não está tão longe o período em que Julio Grondona (ex-presidente da Associação de Futebol Argentina) mandava em tudo, inclusive em árbitros da Libertadores. Atualmente, o presidente da comissão é Wilson Seneme, ex-árbitro brasileiro que tem uma boa reputação até agora.
O que devemos cobrar da CBF não é que faça "jogo de bastidores", mas ajude a Conmebol a se livrar desse passado e profissionalize sua gestão. Isso vale para a questão da arbitragem onde claramente é preciso de mão de obra mais qualificada. Mas como a CBF cobrará uma lisura maior se o seu presidente nem pode sair do Brasil ou será preso?
Espera-se imediatamente que o Grêmio consiga com sua viagem uma arbitragem sem erros no segundo da final. Mas, mais importante, espera-se a longo prazo que o Grêmio ou qualquer outro clube brasileiro só tenha que ir à Conmebol para discutir regulamentos, fórmulas de disputa, cotas de premiação… E que nem tenha que se preocupar com o árbitro que será escalado.
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