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Rodrigo Mattos

Brasil não costuma dar azar em sorteio, mas grupo forte ajuda campanha

rodrigomattos

28/11/2017 04h00

A semana do sorteio da Copa-2018 faz ressurgir a expectativa: quem vai cair no grupo da morte? Essa tensão aumenta com a Espanha no segundo pote podendo cruzar com favoritos. Bem, a seleção brasileira não costuma dar azar com as bolinhas. Mas o histórico do Mundial mostra que pegar adversários fortes logo de cara pode ser favorável à campanha.

O sorteio está marcado para a capital russa Moscou, na sexta-feira. Os cabeças-de-chave são Rússia (país-sede), Alemanha, Brasil, Portugal, Argentina, Bélgica, Polônia e França. Por conta do ranking da Fifa de outubro, a Espanha ficou no segundo pote, pois ocupava a oitava posição – agora já subiu para a sexta.

Um levantamento da Fifa mostrou os grupos mais fortes do Mundial em cada edição desde 1994, a primeira que contava com o ranking. Baseou-se na posição média dos times no ranking, isto é, quanto mais baixa a pontuação, mais forte o grupo.

O Brasil não ficou no grupo mais forte de acordo com o ranking em nenhuma das seis edições desde então. A Itália e Inglaterra pegaram duas vezes os adversários mais fortes, a Argentina, Espanha e Alemanha, uma. Entre os campeões mundiais, França e Uruguai também escaparam.

Teoricamente, isso significa uma sorte para time brasileiro. Mas, nas últimas três Copas do Mundo, o campeão saiu justamente do grupo considerado mais forte pelo ranking. Em 2006, a Itália pegou República Checa, Estados Unidos e Gana, antes de abrir caminho para o título.

Quatro anos depois, a Espanha enfrentou Suíça, Chile e Honduras, tendo, na média, o melhor ranking. Há até uma discussão se este era um grupo mais forte do que o brasileiro, que tinha Costa do Marfim e Portugal, além da fraca Coréia do Norte. Mas, pelo ranking, era o primeiro.

Em relação à Copa-2014, o ranking colocava como grupo mais difícil o da Alemanha, com Gana, Portugal e Estados Unidos. Mas, naquela edição, havia um outro com três campeões mundiais, Inglaterra, Itália e Uruguai, que foi considerado o mais difícil pela mídia.

De qualquer forma, o Brasil só pegou um grupo realmente difícil na primeira fase em 1994, quando teve Rússia, Suécia e Camarões. A média do ranking desses times era parecido com o considerado mais forte pela Fifa que reunia Itália, Irlanda, Noruega e México. E, naquele Mundial, a seleção foi campeã.

Para o sorteio de sexta-feira, talvez a pior combinação para o Brasil seria ter de enfrentar a Espanha, Dinamarca e Nigéria, uma possibilidade diante dos potes. Mas, pelo história da Copa, ter azar no sorteio não é necessariamente uma má notícia para o restante do Mundial.

Além dos adversários, a delegação do Brasil está considerando a logística e tempo de treino, ao analisar as melhores possibilidades para o sorteio.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.