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Rodrigo Mattos

Rival na final, Real tem renda dez vezes maior do que Grêmio

rodrigomattos

14/12/2017 10h00

A distância financeira entre os clubes dá uma dimensão do tamanho do desafio do Grêmio diante do Real Madrid na final do Mundial de Clubes: a renda do time gaúcho representa um décimo do que ganha a equipe madrilenha. Essa diferença aumentou nos últimos dez anos o que se reflete em um abismo de investimento no elenco. Claro, isso pode ser superado em campo, mas a tarefa se torna mais difícil.

Vamos aos números. No último período, 2016/2017, o Real Madrid ganhou € 674,6 bilhões (R$ 2,6 bilhões), excluída qualquer receita relacionada à venda de jogador. Ou seja, essa renda veio da comercialização de direitos de televisão, marketing e licenciamento que é o que mais cresce entre europeus.

Em termos de renda, o Grêmio está um patamar alto no Brasil, abaixo só dos mais ricos como Flamengo, Palmeiras e Corinthians. Turbinado pela Libertadores, tem uma previsão de ganhar R$ 325 milhões em 2017. Mas é preciso excluir desse valor R$ 66 milhões com venda de jogadores para fazer a comparação com o clube europeu. Assim, o time gaúcho ganhou R$ 259 milhões em torno de um décimo do Real.

Não é que a diretoria gremista trabalhe mal na obtenção de receitas. Se comparado a 2007, dez anos atrás, o time gaúcho triplicou sua arrecadação que girava na casa de R$ 100 milhões.

Proporcionalmente, o Real Madrid cresceu menos do que o Grêmio em receita. Saltou de um patamar de € 351 milhões para o valor atual, isto é, praticamente dobrou. A questão é que em número absoluto a diferença cresceu em mais de R$ 1 bilhão neste período.

E isso se repete em relação aos outros gigantes da Europa como Barcelona, Manchester United e Bayern de Munique que têm patamares de arrecadação similares. Se forem consideradas as rendas com venda de jogador, muito maiores na Europa do que na América do Sul, a distância entre os dois continentes cresce ainda mais.

Sendo assim, fica claro que neste Mundial de Clubes o Grêmio terá, sob o ponto de vista de investimento, um desafio ainda maior do que outros times brasileiros tinham há dez anos. O Internacional, que bateu o Barcelona em 2006, enfrentou uma equipe excelente, mas certamente menos poderosa sob o ponto de vista financeiro do que é o Real de 2017.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.