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Rodrigo Mattos

Oposição do Vasco terá obstáculos para anular desmanche de Eurico

rodrigomattos

13/01/2018 04h00

Provável presidente do Vasco pela oposição, Júlio Brant terá dificuldades para anular as recentes negociações de jogadores e contratos do atual dirigente Eurico Miranda. Brant anunciou sua intenção de rever os últimos atos do atual presidente. Só que a base legal para isso é subjetiva já que Eurico tem a caneta no momento.

Primeiro, relembremos a situação: houve eleição indireta no Vasco com contestação judicial de uma urna em que havia acusação de fraude em favor de Eurico. A Justiça decidiu em favor de Brant até agora o que deve lhe dar a vitória em eleição no Conselho. O pleito tem que ser marcado até o dia 22 de janeiro.

Neste meio tempo, Eurico liberou o zagueiro Anderson Martins, praticamente fechou a venda de Mateus Vital e ainda ofereceu Paulinho e Guilherme Costa no mercado. Acertou um contrato de fornecedor esportivo com a Diadora que pode se estender a até três anos, segundo ele.

Os atos são vistos como lesivos por Brant que informou que vai analisar se tentará reverte-los. Para isso, o grupo de oposição pretende alegar "gestão temerária". Esse mecanismo está na Lei de Responsabilidade do Esporte que prevê punição para quem descumprir determinados itens.

Só que, na lei, há previsão de descumprimento em casos de antecipação de receitas, medidas que causem aumento de endividamento trabalhista ou déficit, além de contratos com benefícios a dirigentes. Não há previsão de contratos com condições adversas.

A oposição do Vasco tem consciência da dificuldade, mas entende que é uma zona cinzenta e que pode alegar na Justiça que tratava-se de acordos lesivos ao clube. Isso poderia ser feito, por exemplo, caso Mateus Vital seja negociado por um valor muito abaixo do mercado.

Dentro do Conselho Deliberativo atual do Vasco, majoritariamente a favor de Eurico, o entendimento é de que o dirigente tem a caneta e a prerrogativa de assinar esses contratos enquanto durar seu mandato, que vai até 16 de janeiro. Não haveria sequer necessidade de levar o contrato de patrocínio aos conselheiros, nesta tese. Esse é outro ponto que será estudado pela oposição: se as medidas de Eurico ferem o estatuto.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.