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Rodrigo Mattos

Antes de gesto do avião, Nacional já tinha sido punido por atos de torcida

rodrigomattos

03/02/2018 04h00

O Nacional virou alvo de ação disciplinar da Conmebol porque seus torcedores fizeram um gesto em alusão ao acidente da Chapecoense durante jogo da Libertadores. Pois o clube já tinha sido punido por atos da sua torcida durante a competição, na edição de 2017. Isso pode eventualmente agravar a situação do time uruguaio.

Na quinta-feira, a Conmebol entrou com abertura de processo em seu tribunal disciplinar contra o Nacional por suposta infração ao artigo 14 do seu código, que trata de ofensas à dignidade humana. Baseou-se em vídeos dentro do "Globo Esporte" que mostravam um torcedor do time uruguaio simulando com as mãos a queda de um avião, durante jogo com a Chapecoense. Era uma menção ao acidente que matou 71 pessoas em 2016, a maioria do time catarinense.

Em nota, o clube uruguaio pediu desculpas e depois expulsou o torcedor de seus quadros. E a Chapecoense entrou com uma ação no tribunal da confederação sul-americana pedindo a exclusão do Nacional pelos atos. Quer atuar como parte interessada no processo.

Não é a primeira vez que torcedores do time uruguaio causam confusão no Brasil. Em 2017, em outubro, torcedores do Nacional protagonizaram uma selvageria no Estádio Nilson Santos, em jogo da Libertadores contra o Botafogo. Eliminados, os uruguaios promoveram um quebra-quebra e jogaram cadeiras no gramado em direção a policiais.

O tribunal da Conmebol puniu o Nacional com uma multa de US$ 10 mil pelo incidente. Na decisão, a confederação sul-americana explicou que o clube estaria sujeito a ser tratado como reincidente caso cometesse uma infração "igual ou similar". Ou seja, teria uma pena agravada.

A questão é que a confederação mudou seu código disciplinar para 2018, estendendo o e trocando artigos. Normalmente, os incidentes de confusão de torcedores como ofensas racistas são diferentes de atos de violência. Mas ambos levam a punição por meio do artigo do código que prevê que um clube é responsável pelos atos de sua torcida.

Entre as punições possíveis para o Nacional, está desde uma multa de US$ 3 mil, obrigação de portões fechados e até a exclusão da competição. Penas duras, no entanto, não são o padrão da Conmebol para esse tipo de caso. Em um paralelo, até agora o tribunal da confederação não deu nenhuma decisão sobre os atos de racismo de torcedores do Independiente na primeira final da Sul-Americana, enquanto o Flamengo já foi punido pela violência no segundo jogo.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.