Faz sentido o Palmeiras reclamar de um acerto da arbitragem?
Ao final do jogo, título perdido, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, chamou de "vergonhosa" a arbitragem e o próprio Paulista por conta do pênalti desmarcado para o time alviverde. Pênalti esse que, diga-se, não foi. Qual o sentido de reclamar de forma tão veemente de um acerto de arbitragem? Dirigentes querem justiça ou só veem o próprio lado?
A revolta de Galilotte, que aliás é um dirigente que costuma ser bem ponderado, é por conta do pênalti marcado em lance de Ralf em Dudu pelo árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza. Posteriormente, em uma atuação confusa, o juiz recuou e voltou atrás por indicação do quarto árbitro. Demorou oito minutos.
A realidade é que, no final, ele acertou a marcação. A insinuação do Palmeiras é de que houve uma interferência externa para a decisão. Não há nenhuma prova disso em nenhuma imagem revelada ou áudio. Só para lembrar: prova de interferência externa é uma confissão ou um áudio que demonstre que alguém de fora falou sobre o lance com o trio. Não adianta imagens com supostas conversas não conclusivas.
Não é a primeira vez que um dirigente se revolta por uma decisão acertada da arbitragem. Foi assim com o ex-presidente do Santos Modesto Roma Jr após um pênalti contra o Flamengo ser desmarcado, em jogo da Copa do Brasil. Então, o árbitro também estava correto e Roma Jr chegou até a ser condenado por suas declarações no STJD.
Reclamações sobre arbitragem são comuns entre dirigentes, algumas justas e outras injustas. Protestar contra uma marcação correta diz muito sobre a forma de agir de boa parte dos dirigentes nacionais. Não estão preocupados com justiça, mas com ganhar.
Basta ver a votação em relação ao árbitro de vídeo, reprovado para o Brasileiro. Os clubes teriam razão se questionassem o custo apresentado pela CBF que era alto demais e sem concorrência. Mas preferiram simplesmente vetar. Ressalte-se que o Palmeiras votou a favor do árbitro de vídeo, e o Corinthians contra.
No clássico decisivo do Paulista, Marcelo Aparecido ficou oito minutos para tomar uma decisão. Um tempo muito maior do que seria necessário para um árbitro de vídeo chegar a um veredito. Gerou uma enorme pressão dos jogadores, a ponto de Antônio Carlos chegar a tomar a bola do juiz. Não é uma situação admissível no futebol repetindo o que ocorreu no Fla-Flu trágico e cômico dirigido por Sandro Meira Ricci em que ele também voltou atrás de decisão.
E esse tipo de confusão continuará a acontecer e os árbitros seguirão confusos enquanto os dirigentes não se preocuparem mais em melhorar a arbitragem e menos em justificar derrotas. Seria extremamente justo se Galiotte cobrasse um árbitro de vídeo no próximo Paulista, independentemente de não ter havido erro. Assim não precisaria chamar de Paulistinha um campeonato em que 30 mil de seus torcedores foram ao treino de véspera para apoiar o time.
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