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Rodrigo Mattos

Conmebol distribui 70% da renda da Libertadores para clubes: R$ 354 mi

rodrigomattos

17/04/2018 04h00

A Conmebol distribuirá 70% do dinheiro arrecadado com a Libertadores para os clubes em 2018 em um total de R$ 354 milhões. O restante será usado para operação e logística da competição. O percentual é levemente inferior ao que a UEFA costuma repassar aos times em relação às suas competições.

As informações constam do relatório financeiro da Conmebol de 2017 que detalhou também a evolução das receitas da competição e do repasse aos clubes. É a segunda vez que a confederação sul-americana divulga seus dados econômicos e do campeonato, o que era uma exigência antiga dos times sul-americanos.

Pelas informações publicadas, a receita da Libertadores teve uma evolução nos últimos três anos, embora longe do salto que vai se verificar no próximo ano. Em 2016, a renda estava em US$ 121 milhões (R$ 415,7 milhões), atingindo US$ 144 milhões em 2017. Houve um novo contrato de patrocínio neste período. A previsão para 2018 é de uma receita de US$ 148,2 milhões (R$ 505 milhões).

Houve um crescimento do valor repassado aos clubes, mas em volume menor do que o aumento de receita. Em 2016, os clubes ficaram com US$ 92,1 milhões (R$ 314 milhões). A previsão para 2018 é de que seja distribuído aos times US$ 103,850 milhões (R$ 354 milhões), isto é, 70% do total. Ressalte-se que, em quatro anos, as receitas dos clubes vão praticamente dobrar já que em 2015 eram de US$ 52 milhões.

As cotas dos clubes em 2018 começam em US$ 50 mil para clubes eliminados na primeira fase e que só disputaram dois jogos. Até o campeão que leva US$ 6 milhões, valor que é o dobro do ano passado.

A UEFA repassa aos seus times 73% das receitas obtidas com a Liga dos Campeões, Liga da Europa e Recopa. O volume de dinheiro, no entanto, é muito maior na Europa, atingindo 2 bilhões de euros.

Dentro da Conmebol, a alegação é justamente de que o percentual de distribuição é mais alto na UEFA porque há mais dinheiro para suportar os custos das competições. Lembre-se que a operação logística de jogos da Liga dos Campeões é mais cara. Mas, na América do Sul, houve aumento de gasto com a implementação do árbitro de vídeo a partir das quartas-de-final, além disso há gastos com passagens de árbitros e delegados.

Segundo o relatório da Conmebol, o total de despesas com a Libertadores foi de US$ 103 milhões em 2017. Assim, haveria uma sobra de US$ 41 milhões para a confederação sul-americana já que as receitas foram de US$ 144 milhões. A tendência é, com a valorização da Copa América a partir de 2020, haver menos necessidade da renda da Libertadores para manter a confederação.

Para a temporada de 2019, o contrato da Libertadores de televisão vai pelo menos triplicar de valor atingindo um mínimo de US$ 350 milhões por ano, fora receitas de marketing. A promessa dentro da Conmebol é de que haverá aumento proporcional nas cotas distribuídas para os clubes, embora ainda não exista uma regra definida de como isso vai acontecer.

Há itens que podem aumentar as despesas da competição como a extensão do árbitro de vídeo para toda a competição. A final única também vai gerar custo extra para organização, mas, em compensação, os clubes não terão mais de pagar a logística da final.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.