Ameaça de Trump tem relação com medo de EUA perder Copa. E não ajuda nada
Na quinta-feira à noite, o presidente Donald Trump publicou um tweet em que fazia uma ameaça implícita de retaliação a países parceiros que não apoiassem a candidatura dos EUA/Canadá/México para a Copa do Mundo de 2026. Essa declaração ocorreu em um momento em que seu país tem um temor pela concorrência do Marrocos na eleição. E houve grande repercussão no Conselho da Fifa até porque as regras ferem regras da entidade.
A cúpula da Concacaf (Confederação da América Central e do Norte) está temerosa de que a declaração de Trump seja prejudicial à campanha. Oficialmente, dirigentes norte-americanos agradecem seu apoio. Mas há certo constrangimento com sua fala.
Trump disse no twitter: "Os EUA colocaram uma forte candidatura com Canadá e México para a Copa-2026. Seria uma vergonha se países que nós sempre apoiamos fizessem lobby contra a candidatura dos EUA. Por que deveríamos apoiar esses países se eles não nos apoiam (inclusive nas Nações Unidas)?".
No livro de regras de candidatura da Fifa, não são permitidas atividades de governo que "possam adversamente afetar a integridade da candidatura e criar uma influência indevida à candidatura".
O contexto dessa declaração é de que os EUA têm um temor em relação à concorrência com o Marrocos. Isso porque os norte-americanos garantiram os votos da América inteira, que somam 41. Já os marroquinos têm os países africanos, 55.
A Europa está mais dividida, embora com mais força dos EUA. O presidente da Fifa Gianni Infantino, nos bastidores, apoia os EUA. Mas a França, por exemplo, já se declarou em favor do Marrocos. Também a Oceania é tida como meio a meio. A Ásia, neste cenário, pode ter grande peso no resultado.
O tweet de Trump foi comentado em grupos do Conselho da Fifa. Chamou a atenção até de dirigentes que jâ definiram seus votos. A Fifa não é exatamente refratária à influência de governos: acontece com frequência em campanhas. Mas nunca se viu uma ameaça para tentar intimidar os cartolas: o que pode gerar uma reação contrária entre os dirigentes, na visão de quem tem influência na entidade.
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