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Rodrigo Mattos

Vasco cai com pior campanha brasileira em grupos da Libertadores em 16 anos

rodrigomattos

02/05/2018 23h46

O Vasco foi eliminado antecipadamente da Libertadores com a pior campanha de um time brasileiro na fase de grupos em 16 anos. Com a derrota para o Cruzeiro em casa, o time somou apenas dois pontos em cinco jogos, nenhuma vitória.

Nesta quarta-feira, o time carioca foi goleado pelo Cruzeiro por 4 x 0 em São Januário. Foi a segunda goleada na fase de grupos, e terceira na Libertadores.

Faltando uma rodada, o time vascaíno só pode atingir 5 pontos se vencer a Universidad do Chile. A última vez em que uma equipe brasileira esteve em situação similar foi quando o Flamengo somou apenas quatro pontos nesta fase, e o Atlético-PR, cinco. Ambos foram eliminados. Em todas as outras edições desde então, os times brasileiros tiveram desempenho superior nos grupos.

Além disso, houve duas eliminações em fase prévia da Libertadores. O Corinthians para o Tolima, em 2011, e a Chapecoense, agora em 2018.

A partida diante do Cruzeiro foi um retrato do que se viu deste Vasco na Libertadores. Um time desorganizado em sua defesa que só funcionou em uma partida diante dos cruzeirenses em Minas Gerais. Fora isso, foi uma peneira.

Os laterais Pikachu e Henrique davam espaços nas costas, os zagueiros olhavam para os rivais dentro da área, e os volantes estava mal posicionados para protege-los. É preciso que se diga que o primeiro gol cruzeirense foi marcado em impedimento de Léo. Mas o atropelamento foi tal que fez pouca diferença no resultado final.

E a defesa era o ponto forte vascaíno no ano passado, com nomes diferentes. De qualquer forma, o técnico Zé Ricardo, que tinha esse mérito, não parece conseguir encontrar novamente uma forma de botar o time para se defender de forma eficiente. Ofensivamente, o time tinha uma falta de talento absoluta, tentando vencer só na pressão e vontade.

Os gols cruzeirenses foram saindo com naturalidade. Thiago Neves recebeu livre após jogada pela direita e aumentou. Depois disso, Sassá ampliou. E a torcida vascaína se revoltou: começou a gritar time sem vergonha, criticou a diretoria… Isso causou uma briga porque parte dos torcedores tentou abafar o protesto. Houve quem chamasse de protesto político. Como dizer que é política quando uma torcida reclama de um vexame desses?

O cenário melancólico se seguiu. Quando o Cruzeiro acelerou: fez mais um gol. A torcida brigou de novo. E assim o Vasco se despediu com a pior campanha brasileira na Libertadores em mais de uma década.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.