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Rodrigo Mattos

Clubes e Turner negociam aumento de renda em meio à divergência contratual

rodrigomattos

24/05/2018 04h00

Em meio a discordâncias contratuais, alguns clubes (Bahia, Atlético-PR, Coritiba e Santos) e o Esporte Interativo negociam aumentos de valores além do acordo de TV Fechada para o Brasileiro-2019. Mas não falam a mesma língua. Dirigentes de times esperam um incremento no acordo original para compensar o fato de o Palmeiras ter recebido, na sua versão, luvas superiores aos demais. A Turner, que não aceita alterar o contrato, conversa sobre estender parcerias para melhorar rendas das agremiações.

Como pano de fundo, há uma ameaça desses clubes de levar o caso a um tribunal arbitral. Isso não significaria um rompimento, mas, sim, uma forma de dirimir dúvidas sobre o acordo. Um prazo até 10 de junho foi dado para tentar resolver a questão entre a emissora e os times.

O Esporte Interativo assinou com 16 clubes pelos direitos de transmissão de TV Fechada do Brasileiro, de 2019 a 2020. Entre os times, estão Palmeiras, Santos, Internacional, Bahia, Atlético-PR e Coritiba. Foi pago um valor de R$ 40 milhões para cada um deles como um sinal, em valor que era igual para todos.

A questão é que, recentemente, dirigentes de alguns desses clubes descobriram um contrato extra com o Palmeiras. Esse acordo é relacionado à exploração da base de dados de sócios-torcedores do clube e de amistoso internacionais, em um total de R$ 60 milhões. Na visão dos clubes, eram luvas disfarçadas.

A reivindicação dos clubes como Coritiba, Bahia, Santos e Atlético-PR é que o valor inicial, que funcionava como uma antecipação, não seja descontado do contrato. Assim, haveria um aumento do montante como compensação que seria de R$ 6,5 milhões por ano para cada clube.

O Esporte Interativo não vai revisar nenhum contrato, já que, na sua versão, estes são claros e estão sendo cumpridos pelas partes. Há, no entanto, um negociação com os clubes para novas parcerias para explorar outras propriedades. Entre elas, estão programas de sócios-torcedores, plataformas digitais, amistosos, o que poderia criar acordos extras como os do Palmeiras.

Assim, a emissora poderia fechar novos acordos com os clubes insatisfeitos desde que entenda que essas propriedades possam gerar mais dinheiro. O esforço é para alavancar as receitas dos clubes até porque é interesse da Turner que esses times com os quais têm contrato fiquem na Série A do Brasileiro, ou seus acordos não terão validade. Bahia e Atlético-PR estão lutando na parte de baixo da tabela. Mesma lógica vale para o Fortaleza, atualmente líder da Série B.

Essas divergências contratuais entre o Esporte Interativo e os clubes parceiros são mais um capítulo da novela do Brasileiro-2019. Há também uma discussão entre Atlético-PR, Bahia e Palmeiras com a Globo relacionada aos contratos de TV Aberta e pay-per-view. Nenhum deles fechou acordo com a emissora.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.