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Rodrigo Mattos

Desempenho saudita é argumento contra aumento da Copa

rodrigomattos

14/06/2018 14h04

Em reuniões anteriores à Copa-2018, cartolas da Fifa enchiam a boca para dizer como o aumento da Copa para 48 times não afetaria o nível técnico porque há muitos times bons fora. Pois o jogo de abertura entre Rússia e Arábia Saudita apontou na direção oposta. O time saudita se revelou incapaz de dar sequer um chute de fato no gol.

Obviamente, não é inédita a presença de times fracos na Copa. É incomum, no entanto, ver um time tão frágil quanto o saudita a ponto de a Rússia sequer fazer esforço para ganhar o jogo. Conseguiu dois belos gols com Cheryshev, um com drible na área e outro em belo chute.

A Arábia Saudita terminou com apenas três finalizações, nenhuma delas no gol. Por incrível que pareça, a equipe tinha mais posse de bola, em torno de 60%, mas era estéril, muitas vezes na defesa.

Para se ter ideia, a Associação Asiática de Futebol, na qual a Arábia Saudita se classificou nas elimininatórias, passará de quatro para oito vagas na Copa. Ou seja, teríamos quatro times piores do que o saudita se esse sistema já estivesse implantado.

O time russo pode se dar ao luxo até de jogar em ritmo lento, e só atacar incisivamente quando necessitava. Os cinco gols foram resultado de sete conclusões. Lembremos que antes da Copa a Rússia era o time pior ranqueado na competição. É verdade que houve os dois belos gols de Cheryshev.

Feitas as contas, a Fifa vai ter dificuldade para justificar tecnicamente o aumento da Copa para 48 times já aprovado para o Mundial de 2026, marco para EUA, Canadá e México. Imagine quatro times piores do que o saudita na Copa.

 

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.