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Rodrigo Mattos

Com padrão Fifa, VAR corrigiria cerca de 100 erros de juízes no Brasileiro

rodrigomattos

21/07/2018 04h00

Ao final da Copa do Mundo, a Fifa concluiu que foi bem-sucedido o uso do árbitro de vídeo e apontou que o impacto na atuação dos juízes foi significativo. Foram 17 alterações de decisões da arbitragem em 64 jogos. Com essa proporção, o Brasileiro teria um total de 101 erros de juízes corrigidos em todo o campeonato.

Lembremos que a CBF e a maioria dos clubes optaram por não ter o VAR no Nacional em 2018. Embora com dinheiro em caixa, a entidade se recusou a pagar pelo mecanismo para o torneio de pontos corridos, e boa parte dos clubes votou contra ter de arcar com a tecnologia durante Conselho Arbitral. No entanto, para a Copa do Brasil, a CBF decidiu que irá arcar com o VAR a partir das quartas de final.

É certo que o uso do VAR não significa erro zero. A Fifa entende que o acerto das decisões revisadas pelo VAR foi de 99,3%. Mas há lances subjetivos que são avaliados pela comissão de arbitragem da entidade de uma forma, e podem ter outra visão de outros juízes.

A correção de erros óbvios pelo árbitro de vídeo, no entanto, é inegável. No caso da Copa, foram 455 lances checados de forma silenciosa pela equipe de arbitragem na frente da tela. A partir daí, 20 desses lances sofreram revisões no vídeo pelo árbitro de campo, e 17 tiveram decisões alteradas.

Com 380 rodadas, o Brasileiro teria um total de 101 equívocos corrigidos levando-se em conta a mesma proporção. Seria uma alteração de decisão a cada 3,8 partidas, isto é, praticamente três por rodada. Isso obviamente teria um impacto grande na tabela do Nacional.

O levantamento da CBF para erros de arbitragem no Nacional aponta que é esta a ordem de grandeza de equívocos. Em 11 rodadas, a comissão de arbitragem da confederação apontou 25 erros de árbitros, no total de 110 jogos. Assim, seriam 86 equívocos de árbitros ao final do campeonato, um número um pouco menor do que o que seria obtido pelo padrão Fifa.

A maioria dos equívocos tanto no Brasileiro quanto na Copa foi de pênaltis não marcados. Não por acaso houve uma explosão de penais durante o Mundial, sendo nove deles marcados por meio do auxílio do vídeo.

Um detalhe é que o árbitro de vídeo pensado pela CBF é significativamente menos complexo do que o utilizado pela Fifa. A entidade internacional usou até 35 câmeras em seu sistema de VAR. No caso da confederação, estuda-se sete câmeras além das imagens da televisão. Uma questão é que as emissoras transmissoras usam número de câmeras desigual em suas transmissões.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.