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Rodrigo Mattos

Caos na Libertadores incluiu hostilidade até a cúpula da Fifa

rodrigomattos

27/11/2018 04h00

O caos na final da Libertadores no Estádio Monumetal de Nuñez não causou impacto só em jogadores: cartolas e patrocinadores passaram por situações de aperto dentro e fora da arena. Até o presidente da Fifa, Gianni Infantino, atravessou uma área onde foram arremessados objetos por torcedores do River Plate. Esse incidentes aumentam o impacto do vexame da suspensão do jogo em quem decide investimentos na competição.

Se os jogadores do Boca Juniors foram agredidos com pedradas em seu ônibus, cartolas da cúpula do futebol chegavam em um estacionamento próximo do estádio. A partir daí, havia um caminho para entrar no estádio que passava como um corredor polonês de torcedores.

Neste momento, torcedores do River identificaram Claudio Tapia, presidente da AFA, que é considerado próximo do Boca. Começaram a hostiliza-lo com arremessos de objetos, como cervejas e garrafas, além de xingamentos. O presidente da Fifa Infantino estava com ele, assim como dirigentes da CBF. Ninguém saiu ferido. Dentro do estádio, Tapia teve que ficar em um canto para não ser visto.

Apesar deste incidente, Intanfino foi um dos que insistiram com o Boca Juniors para realizar a partida. Ele apoio a decisão da Conmebol. Só foi convencido de que o jogo não deveria acontecer com a posição de apoio do River ao rival. Além disso, o vice-secretário-geral da Fifa, o ex-jogador Boban, defendeu que, naquelas condições, era melhor não ter a final.

Em outro setor, de convidados como patrocinadores e dirigentes, o problema foi ainda maior. Torcedores do River achavam que havia rivais do Boca Juniors e chegaram a derrubar grades para invadir o setor, segundo relatos. A área estava superlotada. Um dos afetados foi um dirigente brasileiro que estava usando um blazer azul e por isso foi identificado como torcedor do Boca.

Relatados por mais de um presente, os casos mostram que o caos se estendeu para dentro do estádio como ocorreu na final da Sul-Americana no Maracanã, em jogo entre Flamengo e Independiente quando o estádio foi invadido por torcedores. Por esse episódio, o clube rubro-negro foi punido com dois jogos com portões fechados. Na ocasião, jogadores argentinos não foram agredidos como ocorreu no Monumental.

Mas, desta vez, causou impacto mundial. Ao chegar a seu hotel, Infantino estava furioso de acordo com relatos de presentes. Entrou correndo para mudar a data de seu voo que estava marcado para 11 horas com cara de poucos amigos.

Nesta terça-feira, a Conmebol realiza reunião com Boca Juniors e River Plate para decidir sobre a realização da segunda final. A intenção da confederação é realizar o jogo no Monumental, mas o Boca pode resistir a esse plano.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.