Final épica não apaga erros da Conmebol que precisa de autocrítica
A Libertadores-2018 foi marcada por vexames fora de campo e por uma decisão épica entre Boca e River, surpreendentemente em Madri. A Conmebol não pode se deslumbrar com o espetáculo de dramaticidade que foi o jogo e ignorar os erros crassos que cometeu durante a competição. É preciso autocrítica da entidade o que não vimos até agora.
O título do River Plate, embora justo dentro de campo, foi marcado por irregularidades cometidas pelo clube durante a campanha. O clube escalou um jogador irregular, Zucculini, o técnico Gallardo interferiu em semifinal embora suspenso e como episódio final houve as agressões a jogadores do Boca.
Pior, as punições ao River foram ridículas. Em relação à irregularidade de atleta, nada sofreu. O treinador tomou outra punição branda. Por fim, o clube teve dois jogos de portões fechados por agressões a rivais, isto é, quase impunidade. Não dá para admitir um parâmetro desse no tribunal de disciplina da entidade.
Em entrevista ao "El Pais", o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, colocou culpa nas autoridades de segurança argentinas, na cultura de torcedores, etc. Não houve nenhuma autocrítica. Algo do tipo: "É, precisamos ser mais duros nas punições para evitar novos casos." Lembremos que este mesmo tribunal da Conmebol deu um perdão ao Boca Juniors depois do episódio de os jogadores do River serem agredidos na Bombonera.
Em resumo, a Conmebol evoluiu em áreas como a comercialização da Libertadores com contratos melhores. Não dá, no entanto, para vender um produto mais caro e não produzir um produto melhor.
As imagens do jogo em Madri mostram um espetáculo que vale a pena ser assistido e pode empolgar o mundo. Agora o que acontece nos escritórios da Conmebol ainda é digno de torneios de várzea que não sabem nem inscrever um simples ficha de jogadores.
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