Fifa estuda criar sistema para controlar pagamento de transferências
A Fifa analisa a criação de uma câmara de compensações que intermediaria as transações financeiras resultantes de transferências internacionais de jogadores. Funcionaria como um espécie de banco em que o clube comprador paga a instituição que repassa para a agremiação vendedora e outros beneficiários. O objetivo seria uma maior transparência.
Há prevista uma reunião no próximo dia 15 de fevereiro em Zurique para discussão das mudanças no sistema de transferências de jogadores. Ainda não há maiores detalhes sobre como funcionaria a câmara.
"A ideia é que o Flamengo, por exemplo, quando vendesse para o Real Madrid pagasse para essa câmara. Essa câmara repassaria o dinheiro destinado a solidariedade (clube formador), comissões, e clube vendedor", explicou o diretor de Registros e Transferências da CBF, Reinado Buzzoni, que participa de grupo de trabalho da Fifa sobre o assunto.
A Fifa tem manifestado a intenção de aumentar a regulação sobre as negociações de atleta desde o ano passado. Entre outros pontos, o presidente Gianni Infantino queria tentar reduzir a força dos superclubes, diminuir comissões de empresários e criar tetos de gastos.
A maior partes das medidas, no entanto, contou com grande resistência de clubes europeus e de agentes de futebol. Esses não têm interesse em regras mais duras para um mercado em que os valores são crescentes ano a ano. Por isso, as ideias de Infantino elencadas em 11 pontos ainda não foram à frente.
Agora, a entidade faz nova tentativa com essa medida para aumentar a transparência, na visão de uma das pessoas envolvidas com o tema. Isso porque uma instituição responsável por receber e pagar os valores das transferências, teoricamente, impediria que o futebol fosse usado como lavagem de dinheiro com pagamentos estranhos. Além disso, evitaria comissões inchadas usadas para disfarçar direitos econômicos.
Não está claro se a câmara de compensação serviria também para agilizar a retenção de dinheiro de clubes endividados. Questionado, Buzzoni entende que não é esta a intenção. Mas, com uma instituição responsável por centralizar pagamentos de negociações, credores podem ter mais facilidade para bloquear os valores com decisões em câmaras esportivas ou judiciais. Esse cenário, no entanto, só vai se saber como funciona quando a Fifa esclarecer as regras do seu novo projeto.
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