Topo

Rodrigo Mattos

Fla e Vasco ficam com menos de R$ 20 mil de renda de R$ 1,1 mi no clássico

rodrigomattos

11/03/2019 17h37

Siga o UOL Esporte no

O jogo entre Vasco e Flamengo, pelo Estadual do Rio, não chegou a justificar o apelido de clássico dos milhões com um público em torno de 29 mil. A renda da bilheteria, no entanto, atingiu R$ 1,1 milhão, mas os dois clubes ficaram com menos de R$ 20 mil desse total pelas altas despesas do Maracanã. As agremiações ainda ganharam dinheiro com receitas de vendas de comidas, bebidas e vendas de camarotes que podem gerar até mais R$ 200 mil – o valor não foi divulgado.

Essa partida tinha o Vasco como mandante, isto é, as condições financeiras postas são levemente diferentes do Flamengo que tem um contrato fixo com a Odebrecht, gestora do Maracanã. Não mudou a realidade, no entanto, de que sobra pouco dinheiro para os clubes. No caso desse jogo, os dois times ficaram com 1,7% da renda total.

Pelas regras atuais do Maracanã, os clubes que negociam diretamente com fornecedores como empresas de segurança, de limpeza, etc. Essa é sempre a maior conta no estádio e somou R$ 388 mil. A Odebrecht, gestora do estádio, diz não interferir nessas negociações – os fornecedores são os mesmos utilizados pela empresa quando geria os jogos. Além disso, os clubes pagam aluguel, contas de luz e gás e 10% de taxa para a federação de futebol do Rio de Janeiro.

Houve ainda um desconto de R$ 154 mil referentes a camarotes e ingressos promocionais. O Maracanã informou "que desconhece e tampouco recebeu os valores das linhas  19 e 20 do borderô da partida entre Vasco e Flamengo".

Resultado: Flamengo e Vasco dividirem uma renda líquida de R$ 25.300, na qual ainda é descontado um valor para antidoping que o clube rubro-negro paga. Saldo final portanto para suas agremiações: R$ 19.100.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, já declarou que pretende manter a concessão do Maracanã com a Odebrecht. Há uma ação na Justiça, no entanto, em que o Ministério Público do Estado pede o cancelamento desse contrato por suspeita de corrupção. O estádio só é rentável para os clubes com ingressos mais caros, e público maior do que 30 mil pessoas.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.