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Rodrigo Mattos

Poder na gestão, lado Sul e conta: a briga de Fla e Vasco pelo Maracanã

rodrigomattos

05/04/2019 12h23

A proposta de Flamengo e Fluminense para gerir Maracanã que foi aceita pelo governo do Estado do Rio de Janeiro gerou um protesto da diretoria do Vasco que reclama da possibilidade de só os rivais ficarem com a sua administração. Longe dos microfones, o blog apurou a versão dos dois lados para a disputa em relação ao estádio. O governo anunciou nesta sexta-feira que rubro-negros e tricolores vão gerir o estádio pelos próximos seis meses.

A dupla Fla-Flu apresentou todos os documentos para atender as requisições do governo. Ganhou com uma proposta de custear toda a manutenção e pagar cerca de R$ 230 mil por mês ao governo. O Vasco apresentou uma carta de intenções de gestão, ou seja, não tem proposta oficial para assumir a administração.

Do lado vascaíno, a principal reclamação é de que o Flamengo montou um modelo com maior poder sobre a gestão do estádio do que os outros clubes. O Vasco aceitava que a agremiação rubro-negra tivesse maior participação na receita do estádio, mas queria uma gestão compartilhada. Alega que a dupla de rivais montou uma proposta na calada da noite, sem avisa-lo.

Outra questão levantada é a mudança nas regras para a concorrência que permitiu aos clubes participarem da concorrência foi feita no início da semana, próximo do prazo de entrega que era quinta-feira. Entre os vascaínos, não havia um plano de montar uma gestão sozinho do estádio já que tem São Januário.

Do lado rubro-negro, causou contrariedade que o Vasco queria jogar a maior parte da conta do Maracanã para o governo sem se comprometer a jogar lá com frequência. A manutenção custa R$ 28 milhões que seriam uma despesa dos cofres públicos, com exceção de operações de jogo a ser bancada pelos clubes. O Flamengo e Fluminense aceitaram bancar toda a manutenção.

Em seu plano, de fato, os vascaínos incluíam previsão de contribuição do Estado para pagar a conta como disse seu presidente Campello ao "Globo.com".

Dentro da negociação, na versão do Flamengo, o rival alvinegro queria um modelo que só precisasse jogar no Maracanã entre cinco e 10 jogos dependendo da perfomance. E exigia que tivesse o lado Sul sempre para sua torcida em qualquer jogo. E queria poder igual na gestão.

Esse é um item que gera disputa com o Fluminense que vê o setor Sul da arquibancada como de sua torcida como se demonstrou no último clássico em que o caso foi parar na Justiça. Não foi possível apurar com a diretoria tricolor se isso teve peso em sua decisão de se aliar ao Flamengo.

Com o anúncio desta sexta-feira que Flamengo e Fluminense assumem o estádio provisoriamente, o governo vai preparar durante o período a licitação definitiva do Maracanã para os próximos 35 anos.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.