Afastado da Conmebol, coronel Nunes mantém cargo remunerado na Copa América
O vice-presidente da CBF Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, que presidia a entidade até abril, tornou-se figura execrada na Conmebol durante a Copa-2018 ao votar contra a orientação da entidade em eleição da sede do Mundial. Ainda assim, mantém um cargo remunerado na cúpula do Comitê da Copa América. Teoricamente, a função de dirigente do comitê da competição exige relacionamento com a confederação sul-americana da qual Nunes se afastou completamente.
O Comitê da Copa América foi constituído em março de 2018, com sede no Rio de Janeiro. Seu capital (R$ 120 mil) pertence integralmente à CBF, ao contrário do modelo de organização da Copa do Mundo-2014 em que o ex-dirigente da confederação Ricardo Teixeira era também sócio.
Constam como administradores: Rogério Caboclo (presidente da CBF), Fernando Sarney (vice da CBF, membro das cúpulas da Conmebol e da Fifa) e o Coronel Nunes. São eles que compõem o Conselho Diretor do Comitê Organizador. Outros membros da cúpula da organização do evento são o ex-jogadores Juninho e Cafu.
Como dirigente máximo da CBF, Caboclo tem de fato participação ativa nas decisões da Copa América, assim como Sarney que é o principal interlocutor do Brasil nas entidades do futebol mundial. Juntamente com a Conmebol, eles aprovam as diretrizes para realização da competição que são executadas por Agberto Guimarães, CEO do comitê.
Nunes, no entanto, não tem participado de nenhuma reunião da Conmebol, onde se decidem as questões da Copa América, desde o meio do ano passado. Durante a Copa do Rússia, ele votou em Marrocos para sede do Mundial-2026 quando a confederação sul-americana tinha fechado apoio aos EUA-Canadá-México. Resultado, a diretoria da Conmebol pediu à CBF que ele fosse afastado.
Já na primeira reunião da Conmebol no Paraguai, em agosto, ele não foi. Em seguida, foi excluído do Conselho da Conmebol e não foi visto em mais nenhum encontro da entidade. No Rio, quando houve o Congresso da confederação e o sorteio da Copa América, Nunes não estava nas reuniões sobre a competição.
Ainda assim, continua a ter um cargo remunerado na cúpula da entidade. Sua nomeação para o Conselho deve-se ao fato de ter sido presidente da CBF na época da constituição do comitê. Já era uma figura decorativa na entidade, e depois passou ainda a ser malquisto na Conmebol. Mas nunca foi retirado do comitê.
Questionado, o comitê confirmou o cargo de Nunes e sua remuneração sem revelar valores. A CBF informou que só o comitê poderia falar sobre o tópico. Não foi possível contato com o coronel. Veja posição do Comitê:
"O Comitê Organizador Local (COL) é uma empresa que tem seu quadro societário 100% constituído pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Antônio Carlos Nunes, portanto, não é sócio. Ele integra o Conselho Diretor do Comitê. O COL remunera seus integrantes de acordo com as funções desempenhadas."
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