Acusação da AFA de apito amigo a Brasil na Libertadores ignora mundo real
As reclamações de jogadores, comissão técnica e da associação nacional argentinas sobre a arbitragem do jogo com o Brasil são exageradas, porém pertinentes: houve erros em favor da seleção. Agora a afirmação de Messi de que o Brasil "controla" tudo na Conmebol e depois a acusação da AFA (Associação de Futebol Argentina) de que há favorecimento a clubes brasileiros na Libertadores contrariam o que se viu nos campos nos anos recentes.
No clássico entre a seleção e a argentinos, de fato, houve um pênalti claro de Arthur que deu um misto de cotovelada e empurrão em Otamendi. Embora o argentino possa ter exagerado na queda, os replays mostram que houve falta e que foi intencional. Há ainda um lance discutível de Daniel Alves em Aguero que possivelmente pode ser uma rasteira – a melhor imagem de trás não é tão clara.
Em relação à distribuição de cartões, a análise é mais subjetiva. No geral, a arbitragem de Roddy Zambrano foi lamentável: não conseguiu segurar a disciplina do jogo, nem chamou o VAR para lances duvidosos.
Uma padrão, aliás, verificado na maior parte dos jogos de competições sul-americanos. Só que, ao contrário do que insinua AFA, em geral não são os clubes argentinos os prejudicados, seja por árbitros, seja por tribunais.
Quase todos os clubes brasileiros – exemplos de Grêmio, Flamengo e Cruzeiro nas últimas edições – tiveram reclamações recentes e pertinentes em jogos contra argentinos, especialmente diante de poderosos como River Plate e Boca Juniors. Isso para não lembrar casos mais antigos como o Corinthians x Boca Juniors, de 2013, talvez a maior quantidade de erros contra um time vista em Libertadores nesta década.
Em tribunais, o Santos já perdeu uma vaga na Libertadores para o Independiente por decisão polêmica de que Carlos Sanchez estava irregular. Na mesma edição, Boca Juniors e River Plate, que acabaram disputando a final, também tinham jogadores com inscrição irregulares e nada aconteceu com a alegação de que os prazos para denúncia tinham sido esgotados.
Qualquer conversa com dirigente brasileiro que dispute a Libertadores vai vir recheada de críticas ao que apontam como parcialidade da Conmebol em favor dos argentinos. Todos veem mais força política dos clubes daquele país na confederação. Já dirigentes de River e Boca, por exemplo, só costumam protestar em jogos entre si.
Ao estender sua reclamação à Libertadores, portanto, a AFA simplesmente inventa um mundo paralelo que não se sustenta na realidade.
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