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Rodrigo Mattos

Seleção ganha Copa América sem um supercraque e revitaliza Tite

rodrigomattos

07/07/2019 19h10

Quando o nome de Tite foi anunciado no Maracanã, antes da final contra o Peru, houve um princípio de vaia logo abafado por aplausos. É um retrato do momento que vivia o técnico da seleção: passou a conviver com questionamentos embora ainda seja visto como o melhor nome para o cargo. Sendo assim, entregar o título da Copa América em casa, sem Neymar, revitaliza seu status na seleção (se ele quiser seguir).

Lembremos que o último título da Copa América, em 2007, a seleção brasileira tinha a cara de Dunga sem um supercraque e fortaleceu seu técnico para chegar até a Copa-2010.

Não dá para dizer que o Brasil foi brilhante na campanha no torneio, houve atuações inseguras como diante do Paraguai. Mas o time encontrou uma forma de ir batendo todas as adversidades seja nas penalidades nas quartas, seja diante de um Argentina dominante em parte do jogo, seja contra um erro de arbitragem na final (expulsão de Jesus).

Sejamos sinceros que a decisão contra o Peru deixou uma cara de resultado previsível pela superioridade brasileira. Houve percalços no pênalti cometido por Thiago Silva (discutível, embora eu tenha achado que foi) e principalmente na expulsão de Gabriel Jesus. O árbitro Roberto Tobar foi excessivamente rigoroso ao dar o segundo amarelo e vermelho para o centroavante em um mero lance de disputa.

Mas a seleção não se desesperou, assim como tinha acontecido no empate. Atrás, continuou sólida sendo o time que só tomou um gol no campeonato. Manteve também presença ofensiva com a impetuosidade de Everton. Foi ele quem arrancou para sofrer o último pênalti.

Ao contrário de outros campeonatos, o Brasil não concentrava seu jogo em um supercraque como foi com Ronaldo na Copa de 2002, ou em Romário na Copa-1994, e mais recentemente nas conquistas com Neymar no Maracanã (Copa das Confederações e Olimpíada). Assim, os atacantes se dividiram nas tarefas de construir e fazer gols.

Ao final da partida, Tite saiu de campo correndo em um procedimento adotado por alguns técnicos. Mas voltou nos braços de seus jogadores que o jogaram para cima. De questionado, sem Neymar, tornou-se protagonista. E retoma pelo menos parte do status que tinha antes da Copa-2018.

 

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.