Blitz foi arma de Jesus para superar perrengues do Flamengo na Libertadores
Quando o Flamengo deu a saída para enfrentar o Emelec no Maracanã, Bruno Henrique e Rafinha estavam posicionados na linha do meio-campo, de onde partiram em disparada para a ponta direita. O primeiro resvalou de cabeça para o segundo cruzar para a área em lance que resultou em chute de Arão para fora ainda no primeiro minuto do jogo. Era um cartão de visitas.
Ciente do desafio de ter de que virar um placar adverso de dois gols, o técnico Jorge Jesus armou o Flamengo para sufocar o rival. Parece ter entendido em pouco tempo que um chute de cara, uma postura ultra ofensiva rubro-negra, leva a arquibancada para dentro do jogo, incendeia o Maracanã. E foi o que ocorreu com uma torcida que cantou o jogo inteiro, mesmo em momentos difíceis.
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Taticamente, sua estratégia era usar grande quantidade de jogadores pelas pontas para pegar sempre em superioridade o Emelec. Para isso, Bruno Henrique, que jogava teoricamente pela esquerda, aparecia em vários setores. Pela direita, deu o passe para Rafinha, que driblou, foi tocado pelo jogador do Emelec e se jogou. O pênalti inexistente marcado por Nestor Pitana resultou no primeiro gol.
O time tinha um armador em Everton Ribeiro, que atuava em claro sacrifício em recuperação de uma contusão. Enquanto conseguiu jogar, ele dava as pausas de um Flamengo vertiginoso. Depois, em estratégia acertada, Jesus botou em campo Arrascaeta. Arriscou ambos os jogadores recém-lesionados porque era hora de risco. Deu certo.
Foi o futebol vertiginoso que deu o segundo gol ao Flamengo na velocidade de Bruno Henrique e no arremate preciso de Gabriel. Esse Gabriel com uma facilidade inacreditável para se posicionar na área a ponto de ser o artilheiro do Brasil na temporada, com mais de 20 tentos, e ainda assim perder alguns. O time cumpria o plano de seu técnico de ter dois gols logo de cara.
O cenário, no entanto, não era só positivo. O time rubro-negro não tinha tanta intensidade na marcação desde o início e caiu fisicamente depois do intervalo. O Emelec passou a ganhar divididas, segundas bolas e campo. Pode-se dizer que a equipe visitante dominou o meio-campo por boa parte do jogo no segundo tempo.
O Flamengo, é verdade, criava chances em estiradas e bolas aéreas. Não havia mais a pressão do primeiro tempo. O próprio Jesus reconheceu que só no playstation seria possível repetir a intensidade. O Emelec teve, sim, oportunidades de fazer o gol que seria fatal. Ao rubro-negro, restou um último fôlego com as entradas de Berrío e Reinier.
Foi insuficiente para matar o jogo no tempo corrido, e a disputa ia para os pênaltis. O Flamengo tinha o temor de seus fiascos na Libertadores e um goleiro pegador de pênaltis que não vivia boa fase. Diego Alves defendeu o penal de Arroyo. E a sorte jogou a favor com o chute de Queiróz na trave.
Nelson Rodrigues dizia que um sujeito não chupa nem um chicabon sem sorte. O Flamengo assumiu riscos, sufocou o rival, teve um goleiro que pegou pênaltis e teve também sorte que não vinha tendo na Libertadores. Às vezes, a ousadia é premiada com sorte.
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