Após oferta de R$ 3 bi, Brasileiro agora tem proposta de zero garantido
A CBF e os clubes conduziram uma concorrência por 10 meses para vender os direitos internacionais do Brasileiro: fracassaram em fechar um acordo depois de escolherem duas empresas diferentes. No meio do processo, houve uma oferta de até R$ 3 bilhões por 10 anos. Agora, o processo corre de forma lenta e a única proposta já sinalizada é de zero de valor garantido, apenas o compromisso de tentar negociar os direitos e levar uma oferta.
Não há movimentação da CBF para fazer nova licitação. Por isso, alguns clubes tentam organizar uma associação comercial para unificar a negociação de direitos da Série A e B do Brasileiro. Mas ainda não há adesão de todas as agremiações.
A IMG, agência internacional de direitos esportivos, tem procurado alguns clubes para fazer uma proposta que envolve em produzir os jogos e tentar vender no exterior. Em troca, ficaria com uma comissão pela comercialização. Mas não é oferecida nenhuma garantia mínima, isto é, um valor que os clubes já receberiam independentemente do que ocorresse. Diz que está alinhada com a CBF, embora não exista informação na entidade neste sentido.
É um retrocesso em relação ao ano passado. A CBF e os clubes chegaram a fechar acordo com a BR Foot que se comprometeu a pagar um valor de acima de R$ 500 milhões pelo contrato total. Não cumpriu seus compromissos, e alegou problemas da confederação.
Um novo processo de concorrência teve concorrência da Sport Promotion e do fundo Prudent. Ambos fizeram propostas altas, sendo a maior do Prudent que atingiu os R$ 3 bilhões por dez anos. Houve discordâncias dos clubes sobre o tempo de contrato e sobre itens extras como apostas que as duas empresas tentaram botar no contrato. Resultado: a Sport Promotion ganhou, mas o processou fracassou. A condução da CBF foi questionada.
Há dois meses, alguns clubes fizeram a aprovação de uma mudança do estatuto da Primeira Liga para transforma-se em uma associação comercial para representar os clubes da Série A e B. A ideia é justamente que um dos negócios a ser tocado seja a venda dos direitos internacionais do Nacional. Mas ainda não se sabe qual será a adesão.
"Temos previsão de uma reunião no final de setembro para discutir isso com todos os presidentes de clubes. Todos serão chamados da Séries A e B", contou o atual presidente da Primeira Liga, Marcos Sallum, do América-MG. "A ideia é discutir os direitos internacionais."
Clubes como o Flamengo nem estiveram na reunião da Primeira Liga sobre estatuto. Não se sabe se por meio dessa associação ou em encontros os clubes teriam de ter a aprovação de todos para poder vender os direitos neste semestre para ter uma receita extra para o Brasileiro-2020. Ou a CBF retome o processo. Em caso contrário, os clubes desperdiçarão mais uma vez essa fonte de renda.
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