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Rodrigo Mattos

Janela de transferência tem abismo crescente entre superligas e mundo

rodrigomattos

17/09/2019 06h00

Encerrada no início de setembro, a janela de transferências do meio do ano expôs mais uma vez o crescente abismo financeiro entre as cinco ligas mais ricas e o restante do mundo. Neste período, times da Inglaterra, Alemanha, França, Espanha e Itália foram responsáveis por 75,7 % dos gastos mundiais com contratações. Ou seja, o restante das equipes do mundo investiu apenas um quarto do total.

Dados do relatório do sistema de transferência da Fifa mostram que a janela teve gastos totais de US$ 5,8 bilhões (R$ 23,7 bilhões). Desse total, US$ 4,4 bilhões foram investimentos feitos por times desses cinco grandes países europeus, chamados de BIG 5 pela Fifa. Houve um aumento em relação à janela de transferência do ano passado em que foram gastos US$ 4 bilhões por clubes dessas principais ligas.

Percentualmente, a diferença entre o mundo e as cinco principais ligas até se manteve estável em relação ao ano passado quando as cinco principais ligas gastavam 76% do total das contratações do mundo.

A questão é que, em nove anos dessa década, o buraco só tem crescido entre as ligas que têm superclubes como Real Madrid, Barcelona, Manchester City, Manchester United, Juventus e PSG em relação às outras. Para se ter ideia, em 2011, os times das cinco principais ligas gastavam US$ 1,3 bilhão em contratações, enquanto o restante do mundo estava em US$ 782 milhões. Assim, os campeonatos mais ricos eram responsáveis por 62,4% do total.

Nessa década, portanto, as cinco ligas europeias aumentaram em 237% os seus gastos. O restante do mundo, no mesmo período, teve 80% de aumento. Considerando que os grandes do velho continente já saíram de um patamar superior, o abismo subiu para US$ 3 bilhões entre grandes europeus e o restante do mundo.

Esse tipo de discrepância tem levado à Fifa a estudar mudanças nas regras de transferências. Entre as medidas, está a proibição de clubes acumularem jogadores em seu elencos que ficam emprestados a outros times menores como uma reserva de mercado. Além disso, cogita-se aumentar o percentual de solidariedade para clubes formadores.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.