Por que a renda da final única é melhor para o Grêmio do que para o Fla
Em reunião de preparação para a final da Libertadores, a Conmebol deu informações para os quatro clubes semifinalistas, Grêmio, Flamengo, Boca Jrs e River Plate, sobre as operações e condições da primeira decisão única. Entre os dados, a confederação sul-americana informou que cada clube ficará com 25% da renda líquida da bilheteria do jogo. É um modelo que não gera grande renda para os times. Mas é mais rentável para o Grêmio do que para o Flamengo, dois brasileiros na competição.
A capacidade do estádio de Santiago é de 48 mil lugares. Desse total, 30 mil a 32 mil ingressos estarão disponíveis para o público, sendo que o restante deve ser destinado para patrocinadores e hospitalidade. Cada clube ficará com 12 mil bilhetes para serem vendidos, e o restante será comercializado pela Conmebol.
Pelos preços de ingressos, entre US$ 80,00 e US$ 250,00, a renda estimada para a partida gira em torno de US$ 3,5 milhões e US$ 4 milhões, segundo dados obtidos pelo blog. Ainda não é possível avaliar as despesas envolvidas na partida. Na final em Madrid, com custos bem mais altos, quase o total da renda foi consumida pela operação da partida (impostos eram bem mais altos).
No caso de Santiago, mesmo com despesas mais baixas, o Flamengo certamente ganharia menos do que arrecadaria em uma partida no Maracanã. Nas quartas-de-final, diante do Internacional, o clube teve uma renda líquida de R$ 2,6 milhões para uma renda bruta de quase R$ 5 milhões. Certamente esse valor subirá na partida contra o Grêmio, embora seja difícil precisar quanto.
Ora, se a final única tiver despesas similares às do Maracanã, que são altas, comeria 50% da renda o que deixaria o clube com US$ 500 mil (R$ 2,1 milhões). É certo que o Flamengo teria uma renda líquida bem superior a essa em uma final da Libertadores no Maracanã. Talvez, o triplo desse valor.
Já, no caso do Grêmio, a realidade é diferente por conta do acordo com a arena. O clube não tem acesso a nenhum dinheiro da bilheteria, nem das semifinais, nem em uma eventual final. Ou seja, o Grêmio, que não ganharia nada, pode ficar com um valor de US$ 500 mil ou mais dependendo dos custos do jogo.
"É um dinheiro que serviria para pagar os custos da viagem da delegação em uma final única", contou o CEO do Grêmio, Carlos Amodeo, analisando se houvesse uma classificação à final. Não chega portanto a ser uma grande vantagem financeira.
Além das rendas, o finalista garante US$ 6 milhões de prêmio como vice, e pode levar US$ 12 milhões como campeão. Isso dá um prêmio próximo ao título da Copa do Brasil.
Em termos de receitas de fora do campeonato, Grêmio e Flamengo tem tido um boom em seus sócios-torcedores, embora no caso gremista seja um projeto a longo prazo. O clube gaúcho tem mantido um patamar de sócios-torcedores em torno de 90 mil há três anos. A receita obtida com cada sócio é em média entre R$ 80,00 e R$ 90,00. "Por ano tiramos algo como R$ 80 milhões", contou Amodeo.
Já o Flamengo teve uma explosão de seu sócio-torcedor nesta temporada com a campanha da Libertadores e atingiu o patamar de 150 mil sócios. Antes do boom, a média de arrecadação era de R$ 50,00 por torcedor. A receita então ficaria em torno de R$ 72 milhões por ano. Mas, após diversas adesões e upgrades de planos, houve variação neste patamar, então, esse valor certamente vai crescer. Ainda não é possível fazer uma estimativa final da receita com sócio neste momento.
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