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Rodrigo Mattos

Impedimento milimétrico do VAR gera debate para mudança de regra do futebol

rodrigomattos

09/10/2019 04h00

A IFAB (International Footbal Association Board) vai discutir instruções para a aplicação da regra de impedimento pelas mudanças provocadas pelo uso do VAR. A informação é do instrutor da CBF para VAR, Manoel Serapião. A intenção no debate que vai se dar nos dois próximos encontros da IFAB é o que fazer em relação a impedimentos milimétricos, muito apertados, que têm sido marcado com a tecnologia do árbitro de vídeo.

A implantação do VAR foi feita sem mudança nenhuma na regra de impedimento, ou seja, está fora de jogo aquele que está com o corpo ou pé à frente do último defensor de linha (pressupondo que o goleiro esteja no gol). No Brasileiro, o VAR tem medido o impedimento por meio de uma linha paralela a do fundo do campo traçada no pé do último jogador, e algumas vezes utiliza uma outra linha vertical para avaliar joelhos ou tronco.

"Estão cogitando a possibilidade de o impedimento milimétrico não ser. Isso vai ser definido em que situações vai ser aplicado", contou Manoel Serapião. Ele entende que é complicado estabelecer um limite de distância para marcar o impedimento. Argumenta, por exemplo, que não faria sentido anular um gol por 11 cm do jogador à frente, e não anular por 10cm.

A IFAB abriu a discussão para receber sugestões sobre mudanças de regras do jogo que serão discutidas em reunião em outubro ou novembro. E já existe debate entre as federações nacionais sobre a questão do impedimento. A partir das sugestões enviadas, a IFAB faz uma proposta de modificação da regra ou instrução sobre o VAR. A votação ocorre no início do ano, em fevereiro ou março, e vale para a temporada de 2020.

"Estou pensando em encaminhar uma sugestão para, quando precisar da linha vertical, não ser considerado (impedimento). É óbvio que não se tem um erro claro neste caso. A sugestão é que se dê o gol. Então, passaríamos a não trabalhar com a linha vertical. Só analisaria pela linha horizontal. Estamos avaliando", disse Serapião, que está redigindo o texto para depois ser consolidado com a comissão de arbitragem da CBF. Em seguida, será enviado à Conmebol.

Outra possível sugestão é que um operador fique encarregado do impedimento e só identifique erros crassos. "A ideia seria ter só um operador para impedimento. Se ele não perceber que houve um erro claro, poderia deixar para lá. Os gols não estão sendo mais comemorados. Poderia ser gol. Prejudica a comemoração do futebol.  Não precisaria então passar a linha", completou Serapião.

No Brasileiro, o VAR para impedimento é feito por meio de um software. Antes do jogo, a empresa Hawk-Eye, responsável pela tecnologia, calibra linhas paralelas em todo o campo. Quando há um lance duvidoso, a imagem do VAR é paralisada no momento do primeiro toque do jogador que execute o passe. Depois, é feita uma linha paralela ao fundo do campo a partir do último pé do jogador. Quando há um tronco ou joelho que está na frente, é traçada uma linha vertical para verificar a profundidade.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.