Bruno Henrique é o antídoto do Flamengo contra o nervosismo
Não, o Al Hilal não era um time que lutaria contra o rebaixamento no futebol brasileiro como pintaram antes do jogo. É uma equipe bem organizada com postura tática moderna e alguns valores individuais. A ponto de se impor como superior a um Flamengo extremamente nervoso e com a perna presa no início da semifinal do Mundial – Rafinha reconheceu o fator psicológico.
Pois não era um time rubro-negro que conseguisse desenvolver o seu jogo. A marcação avançada do Al Hilal impunha dificuldades na saída do time carioca, conseguia ganhar boa parte das segundas bolas e tinha qualidade para aproveitar ofensivamente quando recuperava a bola. Giovinco alimentava Gomis, Carrilho e Salem, cercando e penetrando toda a área.
Tanto que não foi surpresa quando Salem meteu a bola para a rede no meio da área livre, sem marcação no meio da área. A jogada pela esquerda do setor defensivo rubro-negro que falhou em todo o jogo, com um Marí abaixo do que se pede no jogo e Filipe Luís com outra atuação ruim, e Arrascaeta pouco participativo na marcação. Faltava proteção a zaga, acerto de passe no contra-ataque, faltava quase tudo. Houve, sim, poucas chances não aproveitadas.
A torcida rubro-negra temia, com razão, os destinos do jogo com seu time incapaz de praticar o futebol que o levou ao Qatar. Esse futebol só surgiu no início do segundo tempo em triangulação, de pé em pé, com a assistência de Bruno Henrique para o gol de Arrascaeta. As linhas de defesa rubro-negra se aproximaram, os passes de ataque saíram e o Al Hilal passava a conceder espaços.
Essa é uma tônica desse time de Jorge Jesus no Brasileiro e na Libertadores. Para marcar o Flamengo, e seus talentos, é preciso correr e marcar pesado como fez o River Plate durante 70 minutos na final sul-americana. E sempre significa cansaço e desconcentração no segundo tempo.
A entrada de Diego no lugar de Gerson deu ao Flamengo a saída de bola que lhe faltou, com inteligência no jogo, na movimentação, assim como final da Libertadores. O time carioca passou a roubar bolas na intermediárias ofensiva, como é seu hábito, e pegava uma defesa mais aberta. Foi assim que a bola chegou em Diego para meter uma bola para Rafinha cruzar para a cabeçada de Bruno Henrique. De novo, Bruno Henrique, duas participações em dois gols da virada.
Foi de novo o ponteiro quem recebeu de Diego na esquerda, superou seu marcador e cruzou para o gol contra AL-Bulayhi. O jogo estava decidido quando o Al Hilal ficou com um a menos por expulsão. Bruno Henrique, o mesmo que iniciou o gol do empate rubro-negro na final em Lima, influiu em três gols. Foi ele o retrato da virada do Flamengo. Ao final, apesar dos nervos, o placar refletiu a diferença entre um time sul-americana exuberante dentro do continente e uma boa equipe saudita com uma defesa frágil.
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