Blog do Rodrigo Mattos http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br Thu, 09 Jan 2020 07:00:01 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Após caso Palmeiras x Fla, regra da CBF prevê retaliação por torcida única http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/09/apos-caso-palmeiras-x-fla-regra-da-cbf-preve-retaliacao-por-torcida-unica/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/09/apos-caso-palmeiras-x-fla-regra-da-cbf-preve-retaliacao-por-torcida-unica/#respond Thu, 09 Jan 2020 07:00:01 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=25032 A CBF criou uma nova regra pela qual o clube pode retaliar e não ceder cota de torcida visitante caso seus adeptos não possam ir ao estádio do rival. Essa previsão foi incluída em uma alteração do Regulamento Geral de Competições da confederação para 2020. Essa determinação ocorreu após no final do ano a torcida do Flamengo ser impedida de ir ao jogo no estádio do Palmeiras por decisão da CBF baseada em parecer da PM de São Paulo, entre outros casos.

Tanto o regulamento de 2019 quanto o de 2020 preveem a cessão de 10% dos ingressos para a torcida visitante. Mas admitem que esse número pode ser modificado conforme orientação dos órgãos de segurança. A diferença é uma modificação feita no segundo parágrafo dos artigos.

No texto de 2019, havia apenas previsão de que poderiam ser cedidos mais de 10% dos ingressos no caso de acordo entre os clubes. Mas, para 2020,  foi acrescido que pode haver também redução desse percentual: “Em situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior ou inferior aos 10%(dez por cento) da capacidade do estádio, conforme o caso.”

A CBF confirmou que fez a modificação após casos como o do Palmeiras e Flamengo, entre outros jogos. Essas alterações são determinadas pela confederação após seu departamento de competições revisar situações ocorridas no ano, ou receber sugestões de clubes ou federações. Neste caso, a CBF informou ter observado outros cenários similares durante a temporada. Por isso, mudou o regulamento para manter a justiça das competições.

É importante ressaltar que competições como a Copa do Brasil e o Brasileiro são regidas pelo regulamento geral, mas podem ter pontos específicos sobre o ingresso. É raro, no entanto, que regras dos campeonatos contradigam a orientação geral.

O caso do Palmeiras e Flamengo ocorreu no jogo do returno no Allianz Parque. O Ministério Público do Estado e a PM fizeram uma recomendação que a torcida rubro-negro não pudesse ir por temer confrontos pelas provocações do Flamengo. A CBF não concordou com a sugestão, mas acatou.

O Flamengo recorreu ao STJD para tentar mudar a decisão, mas não teve sucesso. O tribunal, no entanto,, determinou que a torcida palmeirense não poderá ir para para o próximo jogo do time na casa da equipe carioca.

Depois disso, a Justiça de Minas Gerais determinou que houvesse torcida única também para o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, na última rodada do Brasileiro, alegando possíveis incidentes violentos. Apesar de os palmeirenses terem sido vetados no Mineirão, houve quebra-quebra e conflitos da torcida cruzeirense com a polícia após o resultado determinar o rebaixamento do time mineiro.

Embora preveja retaliação em seu regulamento, a diretoria da CBF pretende conversar com autoridades paulistas para tentar evitar novos casos de determinação de torcida única.

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Saída de Pelaipe gera questionamentos a Landim, mas não respinga no futebol http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/08/saida-de-pelaipe-gera-questionamentos-a-landim-mas-nao-muda-o-futebol/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/08/saida-de-pelaipe-gera-questionamentos-a-landim-mas-nao-muda-o-futebol/#respond Wed, 08 Jan 2020 07:00:31 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=25022 Apesar da atuação com bombeiro do vice-presidente de Futebol, Marcus Braz, a saída do gerente de futebol Paulo Pelaipe gerou desconforto entre membros da diretoria do Flamengo com o presidente Rodolfo Landim. A forma como a demissão foi conduzida foi considerada ruim por gerar uma crise, é questionada a falta de autonomia do vice-presidente de Futebol, Marcus Braz, e os motivos. A principal justificativa da cúpula do clube foi a participação de Pelaipe no caso da premiação dos funcionários pelos títulos e excesso de pessoas no departamento de futebol.

Apesar da crise, não há nenhum indicativo de mudança no futebol do clube, nem entre diretores, nem de técnico.

Como mostrou o colega PVC, a decisão da demissão de Pelaipe foi tomada por Landim. Houve participação do vice-presidente de Relações Externas, Luiz Eduardo Baptista, na discussão – ele é influente no futebol e tem uma relação com atritos com Marcus Braz. Mas a palavra final foi do presidente.

A principal justificativa para a decisão foi a condução do caso da premiação de funcionários do departamento de futebol que gerou uma crise no dia da final do Mundial de Clubes contra o Liverpool. A diretoria obteve dados, inclusive testemunhas, pelos quais chegou a conclusão que Pelaipe piorou a crise jogando gasolina na fogueira no dia do jogo e colocando Landim sob pressão.

Essa versão, no entanto, ainda não foi apresentada a outros membros da diretoria. Houve inclusive cobrança de um vice para Landim seja dada uma posição pública do clube. O silêncio de Landim causa incômodo entre dirigentes como apontou o colega Mauro Cezar. Há quem veja motivação política na demissão pela disputa entre Braz e Bap, e quem entenda que isso não existiu.

Mais do que isso, a condução da demissão é considerada inábil gerando uma crise. Um problema foi o fato de ter passado por cima de Marcus Braz, que confirmou que não sabia do fato. É praxe no Flamengo que o vice tome parte das decisões ou, se esta for definida pelo presidente, seja comunicado antes de a medida se efetivar. É preciso ressaltar que Braz, em entrevista, disse que não tinha ficado incomodado com o processo, embora, extraoficialmente, não tenha gostado.

Além disso, há dúvidas sobre o acerto da decisão. A questão das premiações, pelo menos neste momento, não é vista como motivo suficiente para a queda. Mais do que isso, há uma incompreensão de por que a decisão de renovar o contrato de Pelaipe tinha sido tomada depois do Mundial, portanto após o problema das premiações, e mesmo assim ele caiu. Entre os pares da diretoria, é visto como desnecessário gerar uma crise no início do ano.

Como pano de fundo, há a disputa política entre grupos que fazem parte da diretoria. Bap e Braz não têm boa relação, o que é sabido entre seus pares. A percepção entre os outros dirigentes pelo menos é que, com os resultados positivos em campo, essa disputa tinha esfriado. Há relatos de um ambiente sem atritos em reuniões da diretoria. Mas não se sabe como ficará agora depois dessa crise, embora Marcus Braz claramente tenha tirado a temperatura da crise com suas declarações, e Bap também não esteja colocado fervura no ambiente, segundo relatos.

De consenso, por enquanto, é de que não vai haver mexida no futebol do clube. A questão é se a saída de Pelaipe pode reacender atritos e, com isso, causar impactos futuros. Até porque Landim foi eleito por uma série de correntes políticas que se acomodaram em sua diretoria. O próprio dirigente afirma que não disputará a reeleição após o final do seu mandato, o que gera uma discussão sobre sua sucessão.

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Como Red Bull criou no Bragantino um modelo diferente de clube-empresa http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/como-red-bull-criou-no-bragantino-um-modelo-diferente-de-clube-empresa/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/como-red-bull-criou-no-bragantino-um-modelo-diferente-de-clube-empresa/#respond Tue, 07 Jan 2020 07:00:06 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=25013 Clube que mais investiu até agora na janela de transferências, o Red Bull criou uma expectativa entre torcedores de que a implantação de empresas pode gerar potências financeiras no futebol brasileiro. Mas o modelo empresarial implantado pela multinacional de bebidas energéticas é bem diferente do que se viu até agora no Brasil, seja em estruturação, seja na forma como é gerido. Por isso, é difícil replicar seu exemplo em outros locais.

Pelos registros da CBF, existem 83 clube-empresas, com outros 1.347 clubes associativos, portanto sem fins lucrativos. As instituições com formato empresarial têm como principal diferencial o fato de terem donos e pagarem impostos como empresas, isto é, sofrem maior tributação. Há alguns casos de empresas com contratos com os clubes-associativos em acordos que lhes dão a gestão do futebol.

O modelo do Red Bull foi estruturado com a compra do clube-associativo Bragantino pela empresa, ou seja, todos os títulos de sócios foram adquiridos. Foi escolhido um clube que já tinha vaga no Brasileiro da Série B e que tem uma estrutura montada, estádio e tradição no futebol.

A partir daí, foi criada uma outra empresa cujo dono é a multinacional da Red Bull, com sede na Áustria. Essa firma recebe o dinheiro da Europa para investimento e tem contrato o Bragantino para gerir todo seu futebol. São totalmente independentes do Red Bull Brasil que ficou com a vaga na Segundona do Paulista.

É um modelo provisório. Em um futuro, a Red Bull vai efetivamente transformar o Bragantino em empresa. A intenção é ter uma estrutura empresarial pagando impostos independentemente da aprovação ou não do projeto de clube-empresa no Congresso.

A empresa pertencerá ao conglomerado da Red Bull que detém times nos EUA e na Alemanha. O projeto é igual ao que ocorre nesses outros países: tem como objetivo provar que é possível fazer uma gestão moderna e diferente do que vinha sendo feita no futebol no Brasil. Isso está associado diretamente ao marketing da venda de bebidas. Ou seja, é um investimento de dinheiro para obter principalmente retorno de marca associado ao Red Bull como dono do empreendimento, em vez de como patrocinador.

A eficiência da gestão passa pelas contratações de jogadores jovens que possam render acima do que foi gasto e depois possam ser revendidos. Assim, o negócio se torna sustentável enquanto há divulgação da marca. Mas, para o projeto, é importante o resultado esportivo, justamente para provar a eficiência da gestão.

Não por acaso há um investimento de R$ 200 milhões para esta primeira temporada da Red Bull na Série A, com jogadores como Arthur, Alejandro e Tonny Anderson. O valor é inferior ao investido no projeto alemão e uma parcela ínfima de outros projetos como o da equipe da Fórmula 1. Oficialmente, a diretoria do Red Bull diz que o objetivo é apenas ficar na Série A. Internamente, há pelo menos um plano de chegar até uma vaga na Sul-Americana e, talvez com um desempenho acima do esperado, a um posto na Libertadores já em 2020.

 

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Clubes perderão R$ 18 mi no Carioca se Flamengo não fechar com Globo http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/06/clubes-perderao-r-18-mi-no-carioca-se-flamengo-nao-fechar-com-globo/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/06/clubes-perderao-r-18-mi-no-carioca-se-flamengo-nao-fechar-com-globo/#respond Mon, 06 Jan 2020 07:00:36 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=24999 Os clubes e a Ferj terão um prejuízo de R$ 18 milhões se o Flamengo de fato não fechar contrato com a Globo pelo Estadual do Rio. Pelo que apurou o blog, os 12 times médios e pequenos serão os mais prejudicados na redistribuição do dinheiro. Botafogo, Vasco e Fluminense tendem a ser preservados da perda e manterão suas cotas.

O contrato do Estadual foi assinado pelos três grandes clubes e pela federação do Rio até 2024. O Flamengo só aceitou um contrato em separado fechado por três temporadas e que se encerrou em 2019. A renovação do clube rubro-negro com a Globo está emperrada e, no atual cenário, parece improvável já que as duas propostas estão distante.

Se esse quadro se confirmar, a ausência do Flamengo provoca um desconto no contrato do Carioca de uma cota de um grande que está em R$ 18 milhões, valor após os reajustes por inflação. Ou seja, a Globo deixaria de pagar o valor de R$ 18 milhões para o clube rubro-negro, e outros R$ 18 milhões do acordo com a Ferj. Esse desconto está previsto se qualquer dos quatro clubes grandes não assinar.

Originalmente, o acordo do Carioca integral foi de R$ R$ 120 milhões – incluindo o Flamengo – com reajuste de 20% pela inflação durante os anos. O blog apurou que já existe uma previsão de como será redistribuído o dinheiro sem o Flamengo. Isso foi decidido pelos clubes e pela Ferj e incluído em previsão contratual. A Globo não tem relação com a divisão do dinheiro.

Pelo acordo, Vasco, Fluminense e Botafogo teriam suas cotas preservadas e quem sofreria cortes seriam os outros 12 times. Atualmente, as equipes recebem valores entre R$ 2,6 milhões e R$ 6,5 milhões cada pelas cotas praticadas no ano passado. Esses valores, por exemplo, são bem superiores às cotas de times grandes de estados do Nordeste ou do Paraná.

Não dá para saber quanto cada um dos times vai perder. Mas é certo que haverá um impacto nos orçamentos das equipes de menor investimento do estado já que o contrato de TV é sua principal fonte de renda.

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Libertadores-2020 tem controle rígido até sobre rede social de jogadores http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/05/libertadores-2020-tem-controle-rigido-ate-sobre-rede-social-de-jogadores/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/05/libertadores-2020-tem-controle-rigido-ate-sobre-rede-social-de-jogadores/#respond Sun, 05 Jan 2020 07:00:55 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=24993 O regulamento da Libertadores-2020 prevê um controle bem rígido sobre procedimentos durante os jogos e relacionados aos direitos da competição. Há regras detalhadas até sobre a hidratação e uso de redes sociais pelos jogadores, e multas mais pesadas por atrasos de times. A Conmebol também ampliou a exploração dos direitos da competição para videogames.

O documento elaborado pela confederação sul-americana tem 227 páginas, e incorpora tanto as regras da competição quanto manual dos clubes para procedimentos relacionados à partida, e controle sobre os direitos da competição. Trata-se no texto de quase todos os itens da Libertadores.

Por exemplo, um artigo regula as redes sociais dos clubes e dos membros da delegação, o que inclui jogadores. Está previsto que os representantes dos times só podem fazer postagens que levem em conta o Fair play, “bons costumes” e “moral”, sem divulgação privada de informações de terceiros. Além disso, está escrito que membros da delegação “podem ser responsabilizados pessoalmente por qualquer comentário difamatório, obsceno, racista ou contrário aos fins e objetivos da Conmebol declarados nos seus Estatutos Sociais”. Esse tipo de limitação é similar ao que ocorre nos Jogos Olímpicos que também controlam as redes sociais de atletas.

Clubes também têm limitação para filmagens para uso em suas redes sociais ou TVs próprias. Só podem ser feitas imagens até 20 minutos antes do início do jogo.

Os procedimentos para realização da partida são um capítulo a parte. Há cronograma previsto iniciado três horas antes do jogo com um total de 17 itens a serem cumpridos. Há horário marcado em segundos para troca de flâmulas, aperto de mãos e foto oficial. Está previsto até que o time visitante faz uma saudação antes do local, seguindo roteiro pre-determinado. Esse tipo de procedimento é similar ao seguido pela Champions League em sua organização de jogos.

A preocupação em que a partida comece na hora é tão grande que a Conmebol aumentou a multa para o técnico em caso de atraso de seu time. Na primeira vez que sua equipe não entrar em campo na hora, ele é punido só com advertência como era em 2019. Mas, na segunda vez, há uma multa mínima de US$ 50 mil (R$ 201 mil) para o treinador que também é suspenso por um jogo – antes, a multa era de US$ 1,5 mil. Além disso, o clube também paga mais US$ 15 mil (R$ 60 mil) pelo atraso.

As multas são uma marca do regulamento já vista durante o ano de 2019. Estão mantidas por exemplo multas por gandulas expulsos (US$ 10 mil), não cumprir obrigações com a imprensa (US$ 5 mil), não devolver os coletes da Conmebol (US$ 3 mil) ou usar uniforme fora do padrão (US$ 15 mil).

Há um detalhismo tão grande sobre os procedimentos de jogos que até a forma como os jogadores bebem água é regulado. São seis instruções diferentes explicando a posição da garrafa d’água na beira do campo, vetos a arremessar garrafas em campo. O regulamento, pelo menos, permite que os jogadores possam tornar água a “qualquer momento”.

Se de um lado há uma preocupação com os procedimentos dos jogos, a Conmebol determinou regras para garantir a exploração comercial. Então, os clubes são obrigados a ceder suas marcas e símbolos, além de nomes de jogadores para videogame, no caso o Fifa feito pela empresa EA. Antes, havia apenas uma menção genérica sobre cessão de direitos, sem mencionar o videogame.

E clubes são obrigados a se referir à Libertadores como Conmebol Libertadores ou cometerão falta grave, segundo o regulamento. Patrocinadores ocupam espaços no jogo como backdrops, contagem regressiva no placar eletrônico, e promoções.

No geral, as regras da Conmebol tem como objetivo tornar a competição mais organizada, padronizada e como consequência que esta gere mais dinheiro no futuro.

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Como o Flamengo ganhou R$ 3 bi em cinco anos para montar times caros http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/04/como-o-flamengo-ganhou-r-3-bi-em-cinco-anos-para-montar-times-caros/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/04/como-o-flamengo-ganhou-r-3-bi-em-cinco-anos-para-montar-times-caros/#respond Sat, 04 Jan 2020 07:00:22 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=25001 Iniciada a temporada de 2020, o Flamengo se apresenta como o time com maior poderio para contratações no cenário do futebol brasileiro pelo segundo ano seguindo. Há um certo descolamento em relação ao Palmeiras com quem vinha rivalizando na última temporada. A explicação para a capacidade de investimento é um crescimento constante em quase todas as fontes de receita que levou a uma arrecadação de cerca de R$ 3 bilhões em cinco anos.

Em 2015, o Flamengo já tinha renegociado suas dívidas e pagava em dia após dois anos de reestruturação. Conseguiu um aumento de receita – tanto que contratou Guerrero, do Corinthians, naquela temporada -, mas ainda estava longe de atingir seu potencial de arrecadação – ganhou R$ 356 milhões naquele ano.

No início de 2016, a diretoria do clube aproveitou-se da concorrência entre a Turner e a Globo para assinar um contrato mais vantajoso de televisão em relação ao pay-per-view e luvas. Foi um total de R$ 120 milhões de luvas parceladas, e uma garantia de mínimo de Pay-per-view a partir de 2019. Em termos de contratos de TV Aberta e Fechada, o acordo é igual ao de outros clubes, com variações por posição na tabela e por exibição.  As rendas de televisão superam R$ 200 milhões por ano.

Essa era, no entanto, uma base garantida para o clube. Era preciso bem mais do que isso para atingir o patamar atual até porque o Corinthians, por exemplo tem contrato similar. Para se ter ideia, as receitas de televisão e premiações com Libertadores e Copa do Brasil representaram 40% do total ganho pelo clube neste período de cinco anos. E esse número é inflado pelas premiações desse ano com o título continental. Ou seja, se tivesse se limitado a um bom contrato de TV, o Flamengo não teria muito mais dinheiro do que os outros.

Em relação a premiações, o clube tem participado com frequência da Libertadores, o que lhe garante cota da fase de grupos de US$ 3 milhões por ano. E costuma avançar até fases mais agudas da Copa do Brasil e venceu o Carioca também na temporada.

Uma chave foi o investimento forte na divisão de base feito com construções de CTs e até contratações de jogadores. Com isso, o clube passou a revelar jogadores de primeira linha, como Vinicius Jr, Paqueta, Jean Lucas, entre outros. Com as contas em dia, a diretoria poderia lutar pelas melhores ofertas. Em cinco anos, o Flamengo arrecadou R$ 568 milhões em vendas de direitos federativos, o que significa 19% do total.

E isso tem sido crescente. Em 2015 e 2016, foram modestos R$ 23 milhões nas duas temporadas juntas. No ano passado, foram R$ 298 milhões, turbinados por Paquetá, Jean Lucas e Léo Duarte. Para a temporada de 2020, já há a perspectiva da negociação de Reinier para o Real Madrid.

Simplesmente apostar em negociações, no entanto, também não seria suficiente pois é preciso ter receitas recorrentes significativas para pagar salários. E, neste caso, os maiores destaques são as receitas de estádio com bilheteria e Sócio-torcedor, ambos mais do que dobraram. Para se ter ideia, em 2015, o clube arrecadava R$ 74 milhões com esses dois itens. Em 2019, o total obtido foi de R$ 162 milhões, ou seja, um acréscimo de quase R$ 90 milhões. Em cinco anos, foram R$ 500 milhões com os dois itens.

Em meio à crise da economia brasileira, o Flamengo não teve grande crescimento de patrocínio no período. Manteve-se no patamar próximo de R$ 90 milhões por ano. É, no entanto, a terceira fonte de receita se consideramos bilheteria e sócio-torcedor em separado. Há ainda receitas sociais e de esporte amador na casa de R$ 50 milhões por ano.

No total, o Flamengo arrecadou R$ 2,980 bilhões em cinco anos considerados os valores estimados para 2019.

Para 2020, a estimativa do clube é de aumento das receitas de 16%, atingindo um valor acima de R$ 700 milhões. Obviamente, não prevê repetir a renda recorde de venda de atletas, nem ganhar a Libertadores. Incluiu no orçamento, no entanto, metas ousadas como a semifinal da Libertadores, o que pode gerar uma receita menor do que a prevista. Mas, se a venda de Reinier se concretizar, a meta de negociações de jogadores já terá sido superada por larga margem. É por isso que clube tem constantemente tido dinheiro para reinvestir em seu time.

*O clube publicou um documento estimando a receita de 2019 em R$ 857 milhões no melhor cenário. Mas, feito antes da final em Lima, essa previsão não incluía os prêmios de campeão da Libertadores e de vice do Mundial. Somados esses dois valores, o montante vai para R$ 922 milhões, número que foi considerado aqui.

 

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Lei é entrave para registro na CBF de clube-empresa do Botafogo http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/lei-e-entrave-para-registro-na-cbf-de-clube-empresa-do-botafogo/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/lei-e-entrave-para-registro-na-cbf-de-clube-empresa-do-botafogo/#respond Fri, 03 Jan 2020 14:03:22 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=24980 O projeto de clube-empresa do Botafogo enfrenta um entrave na questão da transferência do registro na CBF da associação para a nova firma – isso inclui vagas em campeonatos e contratos de jogadores. Pelas regras atuais, isso é impossível até o final do Brasileiro 2020. O clube ainda tenta uma solução para contornar o problema, mas já prevê um modelo alternativo com contrato entre a associação e a empresa.

Explica-se: o Botafogo tinha que ter trocado o registro na CBF do clube associativo para a nova empresa antes da publicação do regulamento da Copa do Brasil, que ocorreu no dia 9 de dezembro. Essa data era logo depois do encerramento da temporada com o final do Brasileiro no dia 8 de dezembro.

Só que o projeto de clube-empresa alvinegro foi aprovado nos poderes do clube apenas no final de dezembro. E ainda se desenrolam os procedimentos burocráticos e busca por investidores para dar formato definitivo a transformação. Não há data para conclusão.

O entendimento da confederação, que foi explicado ao Botafogo, é que não poderia haver modificação do registro depois do início de dezembro ou haveria desrespeito ao Estatuto do Torcedor. Isso porque a lei proíbe a alteração do regulamento de competição após sua publicação, e o nome do Botafogo Futebol e Regatas está publicado no documento.

Para a CBF, o clube pode até alterar seu CNPJ na Receita Federal se permanecer a mesma entidade. Mas, para transferir os direitos esportivos para uma empresa diferente, não poderá fazer no meio da temporada.

Os responsáveis pelo projeto de clube-empresa do Botafogo apostam na legislação de clube-empresa aprovada na Câmara que tem um artigo que permitia a transferência do registro no meio da temporada – o texto ainda precisa passar no Senado. Mas o grupo já decidiu que fará tudo em conjunto com a CBF e a Ferj para obter uma aprovação para possível transferência fora do prazo. Na CBF, há boa vontade, mas só será permitida a mudança se houver uma solução legal, o que não é possível até agora.

Sem a mudança de registro, o Botafogo terá de usar uma solução alternativa: manter o clube associativo como dono dos direitos esportivos e assinar um contrato com a empresa em paralelo. Esse cenário não é visto como ideal entre os envolvidos no projeto, mas será o expediente utilizado se não houver outra opção. Há uma atenção com o tema, porém não é uma questão inviabilize o projeto de clube-empresa.

 

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Flamengo espera Gabigol para renegociar com Inter após sondagens europeias http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/flamengo-espera-gabigol-para-renegociar-com-inter-apos-sondagens-europeias/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2020/01/03/flamengo-espera-gabigol-para-renegociar-com-inter-apos-sondagens-europeias/#respond Fri, 03 Jan 2020 07:00:53 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=24974 Com Pedro Lopes

Enquanto espera a resposta de Gabigol a sua proposta, a diretoria do Flamengo já sabe que deve ter que renegociar com a Inter de Milão a compra de direitos do jogador. Isso porque o acordo feito com o clube italiano já tem quatro meses e foram feitas sondagens de clubes europeus sobre a condição do atleta. Ou seja, a demora do atacante tornou mais complexa a operação.

O Flamengo acertou a compra da maior parte dos direitos de Gabigol com a Inter de Milão por 16 milhões de euros. Desde então, o time italiano não fez nenhuma nova pedida, e o acordo era considerado certo. Mas o atacante não se acertou com o Flamengo em novela que se prolonga por 2020 com seu empréstimo já encerrado.

No meio do caminho, o estafe do jogador recebeu sondagens de dois clubes europeus que não são de primeiro escalão. Um deles é o West Ham, e o outro não foi possível descobrir o nome. Ainda não foram feitas sinalizações de propostas à Inter por parte desses clubes.

De qualquer maneira, a diretoria do Flamengo tem consciência de que, com esse interesse, terá de confirmar se a Inter mantém o valor pedido pelo jogador ou se vai mudar as condições acertadas, informação publicada primeiro em “O Dia” e confirmada pelo blog. Até porque, antes de aceitar a proposta rubro-negra, o time italiano queria montantes maiores pelo atleta, só que não recebeu ofertas no padrão requisitado.

A postura dos dirigentes rubro-negros é de que não adianta voltar a negociar com a Inter enquanto não tiver um aceno do jogador. E Gabigol ainda não deu uma sinalização nem que sim, nem que não para o Flamengo. O clube continuou conversando tanto com o clube italiano quanto com representantes do jogador neste período, mas sem definição.

A questão é que, anteriormente, o Flamengo tinha mais tempo para negociar. É fato que o clube não ‘precisa acertar com Gabigol nesta semana até porque não o espera para o início do Estadual. Mas a diretoria rubro-negra trabalha com datas relevantes no calendário: final da Supercopa, em 16 de fevereiro, e depois o início da Libertadores, no começo de março.

Até lá o time tem que ter um centroavante e, se Gabigol optar por não ficar, terá de contratar outro. No final da linha, o limite para ter outro atleta para a posição é a janela de transferências para o Brasil em 2 de abril. É certo que o dinheiro para pagamento do centroavante está previsto no orçamento do clube, que estima R$ 138 milhões para contratações. Ou seja, em caso de uma negativa, o Flamengo pode usar os 16 milhões de euros em um novo atacante. Pedro, da Fiorentina, era um dos focos.

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A pedido de Jesus, Flamengo vai colocar iluminação e campo sintético no CT http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2019/12/30/a-pedido-de-jesus-flamengo-vai-colocar-iluminacao-e-campo-sintetico-no-ct/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2019/12/30/a-pedido-de-jesus-flamengo-vai-colocar-iluminacao-e-campo-sintetico-no-ct/#respond Mon, 30 Dec 2019 07:00:38 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=24962 A pedido do técnico Jorge Jesus, o Flamengo vai fazer melhorias em seu Centro de Treinamento do Ninho do Urubu para incluir iluminação e um campo com grama sintética. O objetivo é poder realizar treinamentos à noite para fugir do calor e preparar os jogadores para atuar contra adversários que tenham grama artificial, caso do Athletico-PR e futuramente do Palmeiras.

O orçamento rubro-negro para 2020 prevê R$ 13,6 milhões para investimento em obras, uma parte disso para o centro de treinamento. Entre os gastos no Ninho do Urubu, estão R$ 1,3 milhão para um campo sintético, e outros R$ 600 mil para iluminação do campo principal. Há ainda um montante maior para reforma de um dos campos e da área de treinamento dos goleiros.

O técnico rubro-negro, Jorge Jesus, já vinha remarcando treinos para mais cedo por conta do calor no Rio de Janeiro. Atividades antes previstas para 10 horas iam para cedo. Sua intenção é ter a opção de treinos à noite quando necessário.

Em relação ao campo sintético, há o fato de que pelo menos dois times da Série A, Athletico-PR e Palmeiras, terão esse tipo de gramado. A diretoria do Palmeiras já decidiu pela mudança para grama artificial para reduzir o número de jogos em que não pode atuar no Allianz Parque por causa de shows. A intenção é que a troca seja feita no final da temporada.

No total, o investimento em obras do Flamengo será menor em 2020 em relação a 2019 quando ainda estavam sendo finalizados os pontos principais do Ninho do Urubu. Nesta último ano, foram R$ 16,5 milhões em gastos.

 

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Estaduais não impedem desemprego em massa de jogadores no Brasil http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2019/12/28/estaduais-nao-impedem-desemprego-em-massa-de-jogadores-no-brasil/ http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2019/12/28/estaduais-nao-impedem-desemprego-em-massa-de-jogadores-no-brasil/#respond Sat, 28 Dec 2019 07:00:25 +0000 http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/?p=24965 A grande maioria dos jogadores brasileiros tem sofrido com o desemprego. São 90 mil atletas profissionais registrados e apenas  11.551 contratos ativos, isto é, quase 90% deles não tinha um clube. Os números são do estudo da EY encomendado pela CBF sobre o impacto econômico do futebol brasileiro – referem-se ao ano de 2018.

Na discussão do calendário, a CBF e as federações usam como principal argumento para a manutenção de datas de Estaduais que a redução destes iria causar um desemprego em massa. Mas o levantamento da EY mostra que isso já ocorre porque, na realidade, não há competições no país que sustentem tantos atletas.

Além disso, o levantamento mostra uma disparidade grande entre os salários e jogadores da elite em relação a maioria do país. Um dado mostra que são gastos em torno de R$ 1 bilhão em salários para jogadores de futebol por ano. Desse total, 80% (R$ 800 milhões) estão concentrados em 7% dos jogadores, ficando o restante dos atletas com um quinto.

Não por acaso a maioria dos jogadores (55%) ganha salário mínimo. Enquanto isso, 13 jogadores ganham acima de R$ 500 mil por mês.

Isso demonstra que há dois mundos do futebol diferentes no Brasil. Um que é efetivamente profissional com clubes que disputam as principais séries do Brasileiro e talvez o Paulista, e outro semi-amador travestido que oficialmente é uma atividade remunerada.

O problema é que a gestão atual da CBF para o futebol brasileiro, por meio de seu calendário, prende o primeiro mundo (o profissional de fato) às necessidades do restante. Então, times grandes têm que jogar contra equipes de fraca estrutura para financiar sua subsistência. Ao mesmo tempo federações de locais onde o futebol profissional praticamente não existe influenciam nos destinos da Série A.

Do outro lado, a CBF e as federações fornecem estrutura insuficiente para desenvolver o segundo mundo, do futebol semi-amador, seja para transforma-lo em um celeiro de atletas, para fortalecer e transforma-lo em viável economicamente ou para que cumpra um papel em comunidades locais.  Um mapa feito pela EY em seu estudo mostra que a origem de nascimento da maioria dos jogadores profissionais são as costas do Nordeste, as regiões do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e do sul do país. Ou seja, locais onde a formação é estimulada pelo valor econômico e não por projetos feitos pelas entidades.

No documento, é ressaltado que o futebol brasileiro tem 250 competições organizadas. Desses, 16 são nacionais e o restante organizado pelas federações. A maioria dos campeonatos é organizado pelas federações, e 53% deles são de divisão de base. Nesse número, estão incluídas competições femininas. No total, há 360 mil jogadores no Brasil, contabilizados aí a maioria de amadores.

Outro sinal de que há problemas na organização do futebol nacional é que existem mais clube inativos do que ativos: são 874 que reativaram registros na CBF nos últimos quatro anos, contra 895 inativos. De novo, Estaduais não têm sido suficientes para manter vivas essas agremiações já que o número de times cai ano a ano.

A CBF tem um mérito de ter contratado um estudo dessa abrangência para traçar um diagnóstico do futebol brasileiro. Só com um retrato detalhado é possível decidir os próximos passos. Agora, resta saber se a confederação aceitará liberar a elite do futebol brasileiro para explorar o máximo o seu ponteiam econômico, tirando as travas que a CBF lhe impõe, e ao mesmo tempo desenvolver projetos que atendam o restante do futebol brasileiro.

 

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