Atletismo brasileiro terá antidoping falho até o fim do ano
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O atletismo brasileiro tem visto o número de resultados positivos de doping cair nos últimos anos. Seria uma boa notícia não fosse o fato de que o esporte nacional tem um controle de dopagem deficiente comparado com o que se faz no mundo.
São quase inexistentes os testes fora de competição realizados pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo). E é justamente neste tipo de exame que tem sido pega a maioria dos atletas atualmente, inclusive o casos mais recente do velocista norte-americano Tyson Gay, medalhista olímpico. Os jamaicanos Asafa Powell e Sherone Simpson, também presentes a pódios, foram pegos em seletiva no seu país.
A confederação alega que havia limitação de dinheiro para os testes fora de competição, que são mais caros. E só conseguiu resolver o problema agora e começará a fazer exames desse tipo a partir do final de 2013. Em 2012, para se ter uma ideia, foram feitos 659 exames antidoping no atletismo nacional, sendo apenas 18 fora de competição. Isso representava um aumento em relação ao número de 2011, quando foram 563.
"Na verdade, a gente tem tido menos resultados adversos (positivos). Mas é fora de competição que a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) pega mais atletas. Na competição, é muito esporádico", explicou o secretário-executivo da CBAt, Martinho dos Santos. "Atleta de grande expressão vai se programar para não ter o resultado adverso na competição. Se toma sabendo já se programa. Então pega mais fora de competição."
Houve dois resultados positivos para atletas brasileiros nesta semana, com Idalto dos Santos e Sabine Heitling. Mas ambos não estão na elite do esporte e foram pegos em testes em uma corrida de rua e no Troféu Brasil de Atletismo.
Agora, a confederação planeja começar a testar os esportistas durante o seu período de treinamento de base, que começa no final de 2013 e se estende até o início de 2014. A estimativa é que serão feitos de 150 a 200 exames em atletas nacionais fora dos torneios, o que elevará o número total para cerca de 900 por ano.
Para isso, foi preciso um incremento de recursos para o programa de doping, cujo orçamento anual costuma girar em torno de R$ 400 mil. Ressate-se que as receitas da CBAt giram em torno de R$ 25 milhões anuais com patrocínios e dinheiro da Lei Piva.
Os testes surpresas são mais caros porque exigem viagens de agentes de doping para o local de treinamento dos atletas. Isso porque, como a viagem é feita sem aviso para pega-los de surpresa, às vezes o esportistas não é encontrado no local planejado.
O investimento em um controle de doping por parte da confederação é uma obrigação contratual da CBAt com a Caixa Econômica, sua patrocinadora. Mas, mesmo com o aumento de orçamento e os testes surpresa, os dirigentes da confederação sabem que seguirão atrás na guerra contra o doping.
"É a eterna briga do mocinho contra o bandido. Sempre quem faz o controle de doping está um pouco atrás porque se demora a detectar novas substâncias e o atleta aproveita", concluiu Martinho dos Santos.
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