Ronaldinho não merecia pedras, mas, sim, tomates
O Defensores Del Chaco não deveria sediar uma final da Libertadores. Não apenas pela falta de capacidade de público, mas principalmente pelas constantes pedradas que os adversários veem voar sobre suas cabeças. Foi o que aconteceu com Ronaldinho quando iria bater um escanteio. Não merecia.
Mas sua atuação na derrota para o Olimpia na primeira partida da Libertadores merecia, sim, um chuva de tomates daqueles jogados ao final de um espetáculo teatral ruim. Aquele que deveria ser o principal organizador do Atlético-MG omitiu-se, entregou duas bolas que armaram contra-ataques rivais e não construiu nenhuma jogada de perigo para seu time.
Era grande o contraste do seu desempenho com o do camisa 10 do Olimpia, Salguero. Com 30 anos, e uma carreira obscura comparada com o dez do Galo, ele livrava-se de seus marcadores para organizar seu time, correr, chutar a gol. Encontrou espaços entre volantes e laterais do adversário, criando seguidos lances de gol: perdeu um deles. Saiu com mais erros que Ronaldinho, mas foi muito mais produtivo que seu adversário.
Do atleticano, o que se viu foi uma atuação centralizada, levemente para a esquerda, à espera de bolas. Não brigava por elas. Quando as recebeu, apenas tocou de lado ou errou. Dos 19 passes que deu, errou cinco, um percentual bem maior do que de costume no seu caso.
Um dos seus últimos erros foi em uma cobrança de escanteio rasteira no pé do zagueiro. Poucos minutos antes, tinha tomado uma bola entre as pernas no meio-campo. Diante de fatos, não há argumentos. Foi substituído pelo técnico Cuca pouco depois dos 20 minutos do segundo tempo – o Atlético-MG melhorou e quase empatou.
A saída de Ronaldinho se deu sob vaias fortes da torcida do Olimpia, e tímidos aplausos dos atleticanos presentes. Ao deixar o campo, fez cara feia para Cuca, que o ignorou. Não foram tomates, mas valeu como tal.
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