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Rodrigo Mattos

Flu vê falta de dinheiro, e não Abel, como causa da crise em campo

UOL Esporte

27/07/2013 07h56

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

Não é à toa que a diretoria do Fluminense tem demonstrado pressa para resolver o seu problema financeiro. Para cartolas do clube, a falta de dinheiro é a principal explicação para a má fase da equipe. De campeão no ano passado, o time está na 14a posição no Nacional, com apenas nove pontos.

Isso não significa que o técnico Abel Braga não esteja ameaçado de demissão. Já houve reunião na segunda-feira pra avaliar o seu trabalho. Então, novos resultados ruins podem levar a sua queda.

Mas a avaliação dos dirigentes é de que os atrasos de dois meses de salários, a venda de jogadores e a redução de custos em geral tiveram o maior impacto nas atuações da equipe. No total, a estimativa dentro do clube é de que a folha salarial do futebol já caiu entre 20% e 30% desde o ano passado, e nem assim é possível paga-la em dia.

Esses problemas são resultantes das penhoras sobre as rendas do clube por débitos federais, como ocorreu com as receitas das negociações de Wellington Nem e de Thiago Neves. Outro fator é que a Unimed, patrocinadora do clube, reduziu seu investimento no Fluminense nesta temporada. Com isso, a diretoria, acostumada a gastar em reforços milionários, teve que fazer planos mais modestos e ainda perdeu jogadores.

É por contra dos problemas financeiros que a diretoria tricolor ainda não jogou a culpa da má fase sobre os ombros do treinador Abel Braga. Há um entendimento de que, se for possível sanar algumas das questões financeiras como salários atrasados, o time atual pode se recuperar e fazer uma campanha melhor no Brasileiro.

Mas, como todos os problemas de dinheiro não vão sumir de uma hora para a outra, demitir o técnico pode ser a solução mais fácil em caso de novas derrotas. Até porque, desta forma, a diretoria encontra outro culpado para a crise, já que a falta de recursos financeiros é de sua responsabilidade.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.