Corinthians parece um time saciado pelos títulos
Havia um rival em franca crise técnica, o estádio costumeiro, a torcida a favor e todas as estrelas de seu forte elenco disponível. O Corintihans tinha um cenário favorável construído para bater o rival São Paulo.
Tanto era assim que os são-paulinos decidiram adotar uma tática de Penapolense ao entrar em campo, com marcação forte defensiva e pouca presença no ataque. Mas, mesmo assim, os corintianos não foram capazes de garantir mais uma vitória e se arrastam na tabela do Brasileiro. Por que?
A explicação mais plausível, ao se analisar a atuação neste domingo, é que o time alvinegro está saciado. Os cinco títulos em um período de menos de dois anos tornaram o Corinthians uma equipe satisfeita, sem cobranças, sem pressões. Quase como se estivesse de férias.
Sei que esse tipo de observação pode parecer estranha se levarmos em conta a natureza do Corinthians, que tem a sua história marcada por luta em campo. Mas houve diversos momentos de pasmaceira, de lentidão, e até de uma certa empáfia da equipe alvinegra neste domingo.
Menos organizados, com menos talento, os são-paulinos se defendiam em uma formação que tinha praticamente todos os jogadores atrás da linha da bola. Corriam, e muito. Admitiram depois que o ferrolho era necessário. Claro que isso atrapalhou o rival que tinha que tomar a iniciativa do ataque. Mas não é suficiente para explicar a falta de ação corintiana.
As entradas de Renato Augustro e Pato, justamente atletas que não viveram a era de ouro do Corinthians com Libertadores e Mundial, deram força extra para o time. Mas não foi o suficiente por conta da crônica incapacidade de Pato de decidir partidas. Está sempre no lugar certo e executa os lances com técnica. Mas a bola não entra como quando esteve cara a cara com Rogério e tocou para fora.
Não há dúvidas de que o Paulo Autuori tem problemas muito mais sérios para resolver no São Paulo do que Tite no time alvinegro. Mas o técnico campeão de tudo no Corinthians também terá uma tarefa importante neste Brasileiro: reinventar uma equipe com fome de títulos.
Uma prova disso é a reação das duas torcidas pós-jogo. Os são-paulinos gritavam que seu time não seria rebaixado à Segundona. Ou seja, há uma batalha pela frente. Entre os corintianos, houve umas reclamações tímidas, sem muita revolta. Resta saber quanto tempo dura o crédito.
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