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Rodrigo Mattos

Camarotes não vendem bem, e Fla tem renda reduzida no Maracanã

rodrigomattos

31/07/2013 15h06

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

O resultado financeiro do clássico de domingo pôs sob questionamento a vantagem do acordo provisório do Flamengo para utilização do Maracanã. O fato de as despesas serem divididas entre o clube e o consórcio administrador do estádio resultou em uma receita para o clube de apenas um terço do total. Teoricamente, isso seria compensado pela participação na renda com comidas e camarotes, mas foi pequeno o número desses locais Vips comercializado, segundo apurou o blog.

Antes das penhoras, o Flamengo ficou com R$ 1,081 milhão da renda total de R$ 3,082 milhões da partida diante do Botafogo – essa bilheteria não inclui os camarotes. O consórcio teve direito a uma fatia similar ao clube rubro-negro a qual classificou como aluguel do campo. O restante, quase R$ 1 milhão, foi para despesas que incluem a operação do estádio, confecção de ingressos, descontos da federação do Rio.

Sob esse ponto de vista, seriam condições piores que as do Fluminense. Na partida contra o Vasco, o clube das Laranjeiras abocanhou R$ 999 mil de uma renda de R$ 1,554 milhão. Ou seja, teve direito a quase dois terços do total.

Em compensação, o Flamengo ficará com metade das rendas dos camarotes, comida e bebida. Mas foram vendidas poucas unidades avulsas para o clássico. E a diretoria já entendeu que terá dificuldades para comercializa-los em jogos em separados durante esse acordo de seis meses em que sequer é sabido o número total de partidas no estádio. Não há dados sobre a venda de alimentos.

Pelo plano rubro-negro, os camarotes podem representar uma receita até maior do que a bilheteria, mas desde que vendidos a longo prazo para temporadas inteiras.

A diretoria do Flamengo ainda não tem uma avaliação definitiva sobre as vantagens do acordo provisório com o Maracanã. Internamente, cartolas sabiam que era alto o custo do estádio. Apenas a operação ficou em R$ 350 mil, e a confecção de ingressos, em R$ 129 mil. O clube tem tido mordidas em aluguéis nos novos campos da Copa-2014.

A oposição dentro do clube já questiona o compromisso entre o clube e o consórcio do Maracanã pela falta de transparência dos itens descritos no borderô e também pelo sigilo das condições. A reclamação é que não fica claro o que está incluído em cada despesa, e só o administrador da arena tem o poder de saber exatamente quanto é gasto.

Por isso, os oposicionistas já reuniram 150 assinaturas de sócios para pedir a realização de uma reunião no Conselho Deliberativo para abrir as condições acertadas para o estádio. A diretoria do Flamengo chegou a marcar um encontro com sócios para dar explicações, mas adiou. O presidente do Conselho Deliberativo, Delair Dumbrosck, entende que não há obrigação de o acordo passar pelo órgão.

Apesar dos questionamentos, e aluguéis altos, a diretoria do Flamengo festeja ter obtido rendas recordes neste Brasileiro, uma receita que não estava prevista e ajudará a fechar o apertado orçamento.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.