Maracanã S/A promete manter gasto de R$ 600 mi com estádio
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Para continuar com o estádio, a concessionária do Maracanã propôs ao Estado do Rio de Janeiro, em documento protocolado nesta segunda-feira, a manutenção do investimento na casa de R$ 600 milhões para o complexo da arena mesmo com os vetos às derrubadas do Célio de Barros e do Parque Julio Delamare.
O grupo Maracanã S/A também avalia ser possível seguir com a estimativa de lucro de R$ 1,4 bilhão em 35 anos. Para viabilizar esse novo projeto, usará uma área a até 5 quilômetros da arena ainda a ser escolhida.
Esses elementos são usados pelo grupo Maracanã S/A para convencer o governador do Rio, Serio Cabral, a não cancelar a concessão do estádio. O documento foi entregue nesta segunda para o Estado, sem a realização de uma reunião. Oficialmente, a Odebrecht, líder do grupo, não quis falar sobre o assunto. Mas a resposta deve demorar.
Com os números na mesa, há a aposta da concessionária de que proporcionará economia ao Rio. A manutenção do Maracanã, incluindo investimentos, está prevista em R$ 50 milhões por ano. Com o lucro mantido em patamar alto, o grupo também pode manter a outorga de R$ 5 milhões ao governo do Rio.
A alegação é de que, sem esses valores, seria o Estado que teria de gastar esse dinheiro. Claro que os números financeiros ainda precisam ser detalhados na revisão da concessão. Mas, ao manter as condições iniciais, a empresa espera mostrar que não é preciso realizar uma nova licitação para a arena.
Essa necessidade de convencer Cabral deve-se à baixa multa rescisória que o governo teria de pagar em caso de retomada do estádio. O Estado do Rio teria de pagar a desmobilização de 2.800 funcionários da concessionária, mas os valores referentes a taxa de retorno de lucro e investimentos, previstos em contratos, não seriam significativos porque o acordo está no início.
Ainda há a pressão política sobre o governador para cancelar o que boa parte da população chama de "privatização do Maracanã".
Mas existem vários pontos em aberto na proposta do grupo liderado pela Odebrecht. A questão de áreas esportivas não foi definida. Caso o Estado queira investimento da concessionária no Célio de Barros e no Parque Julio Delamare, isso terá de ser negociado a parte dentro do contrato. Hoje, são responsabilidade do Estado.
Há ainda a procura por uma solução para outros equipamentos que seriam construídos em volta do estádio, como quadras de vôlei, que seriam usadas para a Olimpíada e não têm mais espaço disponíveis perto do Maracanãzinho.
Com Vinicius Konchinski
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