Topo

Rodrigo Mattos

Botafogo mostra ao Corinthians como se reinventar

rodrigomattos

12/09/2013 00h04

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

Ao Corinthians tem faltado ideias para se reinventar após um ciclo vitorioso de quase dois anos. Pois uma boa lição pode ser tomada do Botafogo. Em situação completamente oposta, carente de recursos e dinheiro, o time carioca tem sido capaz de se refazer mesmo com os golpes que tem sofrido durante este Brasileiro e, assim, se manter na disputa do título.

Era esse confronto de clubes tão diferentes em suas realidades que marcou o bom jogo do Maracanã, com clara vantagem botafoguense. Foram várias as alternativas da partida, movimentada, com jogadores jovens e talentosos novos em campo. Um frescor dentro de um Nacional que às vezes parece envelhecido.

Diante das ausências, o Corinthians procurou, sim, novas alternativas para sua equipe. Entre elas, estava o lateral-esquerdo Igor, que se revelou um jogador de potencial, e a volta de Edenílson ao meio de campo, que deu mais velocidade ao time. A falta de um finalizador, Pato só entrou no segundo tempo, pesava sobre a equipe que ainda assim se mostrava mais dinâmica do que nos últimos jogos.

Mas, no quesito de se refazer, o Botafogo é mestre. Perdidos Andrezinho, Fellyppe Gabriel e Vitinho, o Botafogo parece que sentiria a falta de um elenco mais volumoso. Mas achou jogadores como esse Hyuri. O que dizer de um jovem que em seus jogos iniciais faz três gols, um de placa e outro também belo?

No primeiro tempo, a partida já poderia ter vantagem para o time carioca quando Seedorf apareceu na cara do gol, após driblar Cássio. Paulo André tirou quase em cima da linha. O veterano botafoguense não estava em noite muito inspirada, mas ainda encontrou espaço para ameaçar em um ou outro lance, diante da inoperância de Elias.

O Corinthians, ao contrário de outros jogos, estava mais veloz e também ameaçava, embora bem menos que o rival carioca. Com boa movimentação, Emerson era a alternativa mais forte do ataque corintiano, sem que fosse acompanhado por um centroavante já que Pato estava no banco. Danilo e Romarinho penavam.

O cenário se repetiu no segundo tempo, com uma maior movimentação dos dois times e novamente boas chances de ambos os lados. Ressalte-se que o domínio foi sempre botafoguense, já que o time carioca terminou com 19 conclusões a gol contra 10 dos corintianos. Também teve uma maior posse de bola.

E Tite, com os desfalques do time e com a necessidade de achar novas alternativas, arriscou novamente com Paulo Victor. Mas o Botafogo é que tem o know-how de lançar garotos recém-saídos da base.

Quando entrou em campo, Hyuri já tinha o nome pedido pela torcida há algum tempo. E foi ele que, a poucos minutos do final, infiltrou-se para receber um passe de Edílson, à la Ronaldinho, olhando para um lado e tocando do outro. Pois Hyuri deu o toque de leve por cima para fazer o gol na saída de Cássio.

Talvez, Tite tenha que dar umas ligações para o seu colega Oswaldo de Oliveira para descobrir como reinventar um time.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.