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Rodrigo Mattos

Na crise, Corinthians faz um gol a cada 2.462 passes no Brasileiro

rodrigomattos

30/09/2013 06h00

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

Há sete rodadas sem vencer no Brasileiro, e com apenas um gol neste período, o Corinthians sofre com o um estilo de excesso de passes improdutivos sem de fato ameaçar os rivais que o levou à 13a posição no campeonato. Nessas sete partidas, a equipe deu um total de 2.462 passes para obter esse único tento.

É um agravamento de um problema que ocorre com o time de Parque São Jorge em todo o Nacional. Considerada toda a competição, a equipe de Tite marca um gol a cada 404 passes dados no campeonato, segundo os números do Datafolha. Um índice muito superior a qualquer outro.

Isso porque o Corinthians é quem mais troca passes no Nacional com uma média de 337 por partida, incluídos toques certos e errados. Ou seja, tem maior domínio da bola do que todas as outras equipes, visto que o nível de acerto é de 81%. Em compensação, o time fez apenas 20 gols, segundo pior ataque à frente apenas do Náutico.

Para efeito de comparação, o líder Cruzeiro troca 119 passes em média para cada gol que marca. Em resumo, os cruzeirenses têm que tocar na bola menos de um terço das vezes do que os corintianos para chegar às redes adversárias.

O time de Parque São Jorge já deu 8.085 toques na bola no Brasileiro em 24 jogos, enquanto os líderes da competição o fizeram 5.704 vezes até a 23a rodada – não havia a estatística do jogo com o Inter disponível até à noite de domingo.

Levando-se em conta outros dados, o Corinthians tem que finalizar 13,2 vezes para superar em uma delas o goleiro rival. Também são necessários 21,6 cruzamentos para a equipe atingir a outra meta. Por fim, sai um gol a cada 18 dribles.

A crise corintiana tem, além desse aspecto técnico, problemas extracampo com torcidas organizadas que podem dificultar ainda mais o restante da campanha no Nacional. O clube perdeu mandos de campo no Brasileiro e na Copa do Brasil por causa de confusões armadas por torcidas organizadas, briga e sinalizadores.

Esse número pode aumentar com uma garrafa arremessada na cabeça do auxiliar na partida contra a Portuguesa. Não foi identificado o torcedor que jogou o objeto, mas este saiu da área onde estava uma faixa da Gaviões.

Pois essas mesmas organizadas tiveram papel de destaque na festa de comemoração de 103 anos do Corinthians, no Itaquerão, no sábado. A bateria da torcida fez o show prévio ao de Ivete Sangalo. E havia vários membros das organizadas entre os convidados da festa, circulando com agasalhos da Camisa 12 e Gaviões com acesso livre à celebração.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.