Até Pato suja a camisa e Corinthians volta a vencer
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Ao final da goleada para a Portuguesa, Emerson afirmou que os jogadores corintianos não precisavam "provar nada" por causa da série de títulos. Quem não tem que provar nada, não se concentra, não corre, não disputa cada bola, cada espaço. E era assim que se comportavam os atletas do Corinthians durante o jejum de sete jogos sem vitória.
Mas os quatro gols sofridos diante da Lusa e a revolta da torcida parecem ter demonstrado ao time de Parque São Jorge que, sim, no futebol, há sempre o que se provar. Contra o Bahia, os corintianos dedicaram-se em campo: atacantes marcaram, zagueiros atacaram. E, mesmo longe do brilho de outros tempos, superaram o time baiano.
Questionado, o técnico Tite optou pela sua tradicional escalação com três atacantes, mas, desta vez, utilizou Alexandre Pato como um dos jogadores pelo lado do campo. Deu certo porque ele atendeu o treinador e suou para acompanhar a marcação do lateral pelo seu setor, assim como Emerson fez do outro lado.
Fazia tempo que o jogador de R$ 40 milhões não saia com a camisa tão suja ao final do jogo. Apareceu tanto em carrinhos para tirar bolas atrás, como em arrancadas para puxar contra-ataques. Só não acertou o pé na conclusão.
Contribuiu ainda para o funcionamento do esquema a volta de Guilherme, o que deu mais mobilidade ao meio de campo. A dedicação e os acertos táticos não foram suficientes para produzir um bom futebol. Mas foram, sim, o bastante para recuperar a consistência da defesa, que quase não foi ameaçada pelo rival.
As chances de gol continuaram a ser raras – foram só 11 conclusões. Desta vez, no entanto, houve acertos nas conclusões em cruzamentos na área. Por duas vezes, escanteios batidos por Emerson resultaram em gols, com Guerrero, primeiro, e Cléber, depois. No segundo tempo, mais cansado, o ataque do time de Parque São Jorge produziu ainda menos.
De saldo, Tite encontrou em Cléber um zagueiro mais consistente do que Paulo André nos últimos jogos, em Guilherme um volante mais participativo do que os antecessores, e em Pato, mais qualidade como atacante de lado de campo. Há outros problemas que persistem, como a falta de armação diante da lentidão de Danilo.
Sendo assim, o treinador não pode festejar ainda ter encontrado a fórmula para sair da crise. Mas pode celebrar, sim, o fato de que seus jogadores parecem ter recuperado a vontade de provar alguma coisa. É um início.
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