Contrato do Fla com Maracanã não tem garantia de estádio na Gávea
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Aprovado no Conselho Deliberativo do clube, o contrato do Flamengo com a Maracanã SA não dá uma garantia de que será construído um novo estádio na Gávea. A cláusula inserida no acordo sobre a arena rubro-negra prevê apenas um compromisso de desenvolve-la caso esta seja viável. Ou seja, se a Odebrecht e seu grupo entenderem que o empreendimento não tem viabilidade, ele não vai à frente.
Válido até 2016, o contrato, que estabelece que o time tem que jogar suas principais partidas no Maracanã, foi aprovado na terça-feira à noite pelos conselheiros rubro-negros. A diretoria tinha pressa porque quer receber R$ 30 milhões em antecipações das rendas do consórcio do Maracanã. É a forma de cobrir um rombo de R$ 40 milhões até o final do ano nas contas.
Mas conselheiros queriam um compromisso de execução de um empreendimento de menor porte para o clube como contrapartida. Por isso, foi inserida uma cláusula extra no contrato por sugestão do ex-presidente Hélio Ferraz. O blog teve acesso a esse texto, incluído na cabeça do acordo, que deixa claro que não é uma obrigação da Odebrecht construir a nova arena:
"Desde logo, como conceito precedente a orientar todas as cláusulas e condições do presente instrumento, resta estabelecido, de comum acordo e boa fé, entre a concessionária e o Flamengo, o compromisso conjunto de estudar, planejar e, caso viável, desenvolver um estádio/arena de menor porte, sendo certo que a primeira opção de localização do estádio/arena a ser estudado pelas partes será o campo da Gávea (atual sede do Flamengo), e cuja análise das condições deverá estar definida até o final de 2014."
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A cláusula foi incluída em comum acordo com a Odebrecht, segundo conselheiros do Flamengo. Ou seja, a construtora já deu aval ao contrato o que o torna válido. Mas, como fica claro pelo texto, o que haverá é um estudo e um planejamento, não uma certeza de que a arena da Gávea será realizada.
Conselheiros como o ex-presidente Márcio Braga, que discursou contra o acordo na reunião, aprovaram o documento porque houve uma garantia do presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, de que o projeto sairá do papel. Mas, mesmo assim, há um contrariedade dessa corrente política com a diretoria por não ter sido mais firme na exigência de investimento pela Odebrecht em um nova arena.
Durante a negociação da extensão do contrato do Fla com o Maracanã, cartolas do clube já conversavam com a construtora sobre viabilizar o estádio na Gávea para 25 mil pessoas. A Odebrecht se mostrou simpática à ideia se ela fosse viável. O problema é que o governador do Rio, Sergio Cabral, já disse ser contra o projeto e prometeu veta-lo, como já fez anteriormente.
Neste contexto, a construtora obteve o que queria ao ter o clube rubro-negro, o de maior torcida no Rio, como parceiro por um médio prazo. Mas o Flamengo não conseguiu a certeza de que terá sua casa própria no futuro. O contrato pode ser rompido a qualquer momento, desde que, óbvio, uma das partes não tenha dívida com a outra. E a diretoria já acumulará agora um débito com a Maracanã SA.
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