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Rodrigo Mattos

Acidente no Itaquerão é mais complicado que o da Arena Palestra, diz fiscal

rodrigomattos

29/11/2013 06h00

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

O acidente no Itaquerão gerou uma situação bem mais complicada do que a ocorrida na Arena Palestra. É essa a avaliação do coordenador do programa de construção civil do Ministério do Trabalho e Emprego em São Paulo, Antônio Pereira Nascimento, que atuou nos dois casos. Ambos os incidentes tiveram mortes de operários, duas na arena corintiana e uma na palmeirense.

Para efeito de comparação, após a morte de um operário em abril, a Arena Palestra teve toda a obra interditada por dez dias e foi liberada. A área onde ocorreu o desabamento da arquibancada ficou fechada por um mês pela Defesa Civil.

No caso do Corinthians, até agora, há a interdição de 5% do total da obra, ou 30% da área leste que foi atingida pelo guindaste. O Ministério do Trabalho e Emprego ainda impediu a utilização dos guindastes na obra por prazo indeterminado.

"No Palmeiras, o que houve foi uma questão de erros de soldagem por parte da construtora que gerou o problema. É muito mais complicado no Corinthians. Envolve uma gestão inteira e todos os processos de gestão dos guindastes e içamento", afirmou Pereira Nascimento, que explicou que por isso foram paralisados os equipamentos para levantar peças.

Isso vai impedir praticamente todas as ações na cobertura do estádio, segundo apurou o blog. Só faltava a colocação de uma peça na cobertura na área leste, justamente a que era posta na hora em que o guindaste caiu.

Para reconstruir o setor atingido, que está interditado para perícia da Defesa Civil, serão necessários vários guindastes para substituir o que caiu,que tinha capacidade bem superior de peso. Ou então, terão de ser erguidas três pedras em vez de uma de 420 toneladas, como a que caiu no acidente.

O Ministério do Trabalho entende que terá de ser demonstrado que esse novo procedimento de reconstrução é seguro para ser executado antes que entre em prática.

Outro problema é que há revestimentos, como rolos de borracha, que só podem ser levantados até a cobertura com os guindastes. Sem eles, seriam necessários elevadores, que não podem mais ser construídos neste estágio da obra.

Sem um laudo, e reuniões mais aprofundadas dos reponsáveis pela obra, não é possível determinar o atraso da obra em relação ao cronograma inicial. Certo é que há fatores complicadores maiores do que os que existiam na Arena Palestra. E há um prazo para que o estádio esteja garantido na Copa-2014.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.