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Rodrigo Mattos

Tribunal que julga Lusa tem maioria carioca, mas sem tricolores

rodrigomattos

13/12/2013 16h25

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)

A 1a comissão Disciplinar do (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) que julgará o caso do jogador irregular da Portuguesa, Heverton, terá uma maioria de auditores do Rio de Janeiro, mas nenhum deles torcedor do Fluminense. Foi a informação obtida pelo blog junto a membros da corte. A decisão da tribunal, em primeira instância, pode derrubar a Lusa e levar o time carioca de volta à Série A.

Com a saída do auditor Washington Rodrigues de Oliveira, que antecipou seu voto pela internet, será chamado o auditor Douglas Blackhman, do Rio de Janeiro. Ele se juntará aos cariocas Felipe Bevilacqua, relator do caso, e ao presidente da Comissão, Paulo Valed Perry, também do Rio de Janeiro. Ou seja, três dos cinco auditores serão do Rio, sendo um paulista Vinícius Sá Vieira e Luis Felipe Bulus  Alves Ferreira, do Distrito Federal.

"Não tenho essa preocupação. Voto de acordo com o que está no processo. Há membros do pleno que são do Ceará, do Rio Grande do Sul, etc.", afirmou o presidente da comissão, Paulo Valed Perry, ao blog. "Mas sei que não há nenhum tricolor no grupo." Ele é botaguense e seu pai Valed Perry, um conhecido jurista esportivo, é benemérito do clube.

Apesar de dizer não ter preocupação com times, Perry instituiu em sua comissão que auditores que torçam para determinados times não poderão ser relatores do processo que envolvam essas equipes. Assim, Bevilacqua não torce pelo Fluminense. "Para evitar especulação, posso dizer que não sou Fluminense, nem Portuguesa. E também sou simpatizante de time, não um torcedor fanático", afirmou o auditor que será o relator.

No STJD, em geral, não há a regra de excluir torcedores do julgamento de seus times. O entendimento é que, como são ligados ao esporte, todos têm seus times e devem julgar contra eles se for para aplicação da lei.

Mas já houve acusações no passado de clubismo quando Luiz Zveiter, que era presidente do tribunal e pai do atual titular Flávio Zveiter, tirou pontos do São Paulo que permitiram evitar o rebaixamento Botafogo, que era o clube com quem tinha ligações.

O STJD sempre foi tradicionalmente composto por uma maioria de cariocas. Atualmente, o Rio de Janeiro ainda tem o maior número de componentes na primeira instância, com 11, contra 9 paulistas. E o presidente do tribunal, Zveiter, continua a ser carioca, após o mandato de um paulista.

Entre árbitros de futebol, a CBF não escala juiz de uma determinada federação para o jogo de um time daquele Estado, a não ser que seja um clássico.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.