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Rodrigo Mattos

Bloqueada no Brasil, Telexfree usa Botafogo para crescer na América do Sul

rodrigomattos

10/01/2014 06h00

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)

Impedida judicialmente de atuar no Brasil, acusada de um esquema que lesou milhares de pessoas, a norte-americana TelexFree usará o patrocínio ao Botafogo para se expandir para outros países da América do Sul. Isso porque, como o time participará da Libertadores, a empresa pode atingir mercados de países vizinhos e vender seus serviços de tecnologia – são pacotes de telefonia e internet.

Até 2013, a TelexFreee comercializava produtos de telefonia pela internet, por VOIP, no Brasil, em que usava diversas pessoas como seus representantes. Só que houve prejuízo desses divulgadores da empresa que a processaram. Com ação do Ministério Público, a Justiça bloqueou a operação da empresa e cobra ressarcimento, acusando o de ser um esquema de pirâmide.

"Eles (TelexFree) têm interesse neste mercado sul-americano. Nós queremos trabalhar nos EUA", explicou o diretor executivo do Botafogo, Sergio Landau, ao blog. "Você não tem ideia do número de camisas (do Botafogo) que eles vão levar para Quito. Eles têm interesse em Quito."

A capital equatoriana será onde o Botafogo estreará na Libertadores, pela primeira fase, diante do Deportivo Quito. Landau afirmou que a TelexFree já tem uma operação no Equador, assim como em outros países da América do Sul. No total, são 60 países, segundo informações da empresa.

Além da expansão para o continente, a TelexFree tenta voltar a operar no Brasil. Tanto que comprou uma pequena empresa de telefonia do Espírito Santo, a Voxbras, que tem autorização da Anatel. No site da empresa, é possível se cadastrar para futuramente comprar produtos da Voxbras, em pacotes de tv a cabo e de telefonia. Isso mesmo com um aviso judicial de que a empresa norte-americana está impedida de atuar no país.

O diretor executivo botafoguense ressaltou que não promoverá o produto vendido pela Ympactus, representante da TelexFree no Brasil até o ano passado que foi considerado um esquema de pirâmide pela Justiça, ou o Voxbras. Apenas a marca com nome da companhia aparecerá na camisa do Botafogo e, por isso, Landau não teme dano à imagem do clube. "Analisamos a empresa. Há uma discussão jurídica. Mas a empresa tem autorização para operar pela Anatel. Não é pirataria. Não deram golpe em ninguém."

Durante a coletiva de apresentação do patrocínio, a TelexFree alegou que seu problema é restrito à Justiça do Acre, e não tem relação com a Ympactus, que a representava no Brasil.

Embora não fale em valores, o clube disse que o contrato é muito bom, dentro do patamar do mercado brasileiro de patrocínio e do orçamento alvinegro. E pretende expandir a parceria usando a Telexfree para divulgar a marca do clube nos EUA, sede da companhia.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.