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Rodrigo Mattos

Se quiser, Gobbi pode processar organizadas e até escola de samba

rodrigomattos

03/02/2014 14h16

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)

Embora adote um discurso cauteloso, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, tem todos os elementos jurídicos na mão para mover processos civis contra as torcidas organizadas, vândalos e até a escola de samba Gaviões da Fiel. Foi o que apurou o blog com pessoas do clube após a entrevista do dirigente em que evitou um confronto aberto com os torcedores mesmo com a invasão ao CT e agressões a jogadores.

O presidente corintiano, que apenas disse que a relação com as organizadas estava rompida, prometeu consultar o departamento jurídico para saber se teria possibilidade de aciona-las pelo uso da marca. Indicou que não sabia se teria essa intenção política, e ainda disse que deveria ouvir o conselho deliberativo.

O Corinthians já move processos civis contra várias pequenas lojas por uso indevido de sua marca. Há até um advogado específico que cuida desses casos e verifica desrespeito ao uso dos símbolos e camisa corintianos de forma comercial. Qualquer empresa que quer utiliza-los até em filmes tem que pedir autorização. Mas o blog apurou que nunca foi tomada nenhuma atitude em relação às organizadas.

Já existe um consenso entre membros da diretoria de que há claro precedente jurídico para processar a Gaviões, por exemplo, por uso da marca nas camisas que vende para lucrar. A escola de samba da Gaviões, que também explora de forma comercial o nome do clube, também poderia enfrentar ações civis.

E esse não é o único caminho se o Corinthians quiser pressionar as organizadas. Já se identificou também dentro do clube que poderiam ser movidos processos civis contra os invasores identificados do centro de treinamento para cobrar por danos ao patrimônio. Até ações por danos morais à pessoa jurídica poderiam ser utilizados.

Já no ano passado, quando o time atuou com portões fechados por episódios violentos dos torcedores, seria possível processa-los por perdas patrimoniais com renda, na análise de pessoas do clube.

Ou seja, há diversos mecanismos para o Corinthians agir na esfera civil ao contrário do que diz Gobbi para quem o clube apenas deve ajudar a polícia nas investigações à invasão ao CT.

No Cruzeiro, o Conselho Deliberativo vetou o uso do símbolo do clube por duas torcidas organizadas, Pavilhão Independente e Máfia Azul. Agora, a polícia verifica se há camisas com a marca cruzeirense usada por torcedores desses grupos nos jogos do clube.

"Até agora, isso não foi encontrado neste primeiro jogo do clube no ano até porque as duas torcidas estão impedidas de entrar no estádio", contou o diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes. "Mas, se acontecer, o clube pode mover processo civil contra as torcidas."

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.