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Rodrigo Mattos

Felipão cria duas categorias na seleção, mortais e 'imortais'

rodrigomattos

11/02/2014 13h42

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)

A penúltima lista de convocação da seleção com atletas de fora do Brasil mostra que o técnico Luiz Felipe Scolari deixará em aberto vagas até o final no grupo para a Copa-2014. Mas demonstra também que dois jogadores, Fred e Júlio César, sequer terão de brigar por posições e serão aguardados independentemente do que façam. Ou seja, há os mortais, sujeitos às más e boas atuações, e os imortais, imunes ao que ocorre no campo.

A estratégia não é nova e já deu certo e errado em outros Mundiais. É o caso da Copa-2002 quando Felipão acertou ao esperar Ronaldo até o final. O coordenador técnico Carlos Alberto Parreira lembrou do caso de Branco, em 1994. Mas houve casos em que não deu certo como com Zico, em 1986.

A espera por um atleta de categoria extra se justifica, como nos casos de Ronaldo e Zico. Resta saber se Fred e Júlio César estão neste patamar.

Na categoria dos mortais, Felipão faz apostas interessante de quem demonstra estar ligado em todas as ligas européias, onde, de fato, se destacaram Fernandinho, Willian e Rafinha. Com uma base, dá assim uma dinâmica ao grupo de seleção que pode ter mudanças de última hora de acordo com a fase dos jogadores, como deixou claro o treinador.

A ponto de Felipão dar espaço até para surpresas de última hora na lista do Brasil como um possível novo atacante de área para a próxima convocação – há mais chances de isso ocorrer se Fred não puder ser chamado. Quem sabe um Hernane, do Flamengo, maior autor de gols da última temporada? Ou a volta de Leandro Damião, do Santos, ao grupo?

Esse tipo de surpresa parece mais próximo de emplacar uma vaga de última hora do que atletas como Kaká ou Lucas, praticamente descartados do grupo, o que se justifica pelas más atuações em seus times. Fraco no Milan, Robinho se torna uma dúvida visto que agradou no último amistoso.

Em sua última roda de apostas, para completar um grupo quase pronto, Felipão se mostra antenado e acerta mais do que erra nos nomes. Um sinal mais positivo do que o que se viu com Parreira e Dunga nos últimos Mundiais, ambos mais presos a seus jogadores de confiança.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.