Procurador do caso Arouca quer ter certeza se houve racismo
( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)
O procurador-geral do Tribunal de Justiça Desportiva, Antônio Carlos Mecchia, ficou encarregado de fazer a denúncia sobre o suposto ato racista contra o jogador Arouca, do Santos. Ele promete analisar com "carinho" todas as informações para identificar se, de fato, houve preconceito racial. Na sua opinião, tem que ser uma ofensa muito séria para ser configurado o racismo.
O processo de Arouca chegou para o procurador nesta sexta-feira, mas só deve ser lido por ele a partir de segunda-feira. Não há relato do caso na súmula. Mas o procurador vai pedir um vídeo do jogo e estuda também chamar os torcedores que xingaram o atleta e a diretoria do Mogi Mirim.
Pela descrição de radialistas presentes, Arouca foi chamado de macaco por três torcedores que estavam na arquibancada do Mogi-Mirim.
"Racismo é uma coisa bem séria. Chamar de negro não é ofensivo se o cara não se sentir ofendido", contou Mecchia ao blog. "O racismo é a aversão total ao outro. Chamar de crioulo não é racismo. Pode ser uma brincadeira. Tenho que examinar com carinho."
Sua interpretação é controversa. Há casos de pessoas presas por chamar o outro de crioulo. Mas isso, claro, depende da forma e a situação em que a palavra é usada. No caso de Arouca, os torcedores o chamaram de macaco.
Ele não se lembra de nenhum caso de racismo no TJD de São Paulo. Mas já atuou como advogado em uma ação na Justiça comum em que defendeu um acusado de preconceito racial. Segundo ele, tudo acabou com um acordo e explicações, sem condenação.
Pela Código Brasileiro de Justiça Desportiva, há previsão de pena de multa de R$ 100,00 a R$ 100.000, e perda de pontos até a eliminação de um time, além de portões fechados.
Mecchia entente que, se for cabível, pode oferecer a denúncia contra o Mogi-Mirim ainda na terça-feira. Mas isso depende das informações que obtiver até lá. Para ele, o fechamento provisório do Romildão pela Federação Paulista de Futebol está previsto na legislação.
"Não tem nenhuma orientação da Federação (sobre racismo). O tribunal é completamente independependente", completou o procurador.
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