Talento derrota a disposição. Real é o maior campeão da Liga
Ensaiava-se uma final com cara da Libertadores, mas foi mesmo um jogo de Liga dos Campeões. A raça e disposição do Atlético de Madri foram derrotados pelo maior talento e orçamento do Real Madri. É o time que mais vezes ganhou o título, a maioria das vezes com times extraordinários.
Não era o que se desenhava no início do jogo em Lisboa neste sábado. Um Cristiano Ronaldo apagado em campo e os outros craques do Real presos na marcação davam superioridade ao rival. E, no melhor estilo "Muricibol" , bola alta na área no ataque, o Atlético abriu o placar com a cabeçada de Godín e a falha de Casillas. E assim se ia o primeiro tempo.
O talento estava ferido, mas ainda tinha muitos recursos. Tanto que a segunda etapa se tornou uma partida de ataque contra defesa. Embora sem o brilhantismo de outras ocasiões, o Real pressionou durante todos os 40 e tantos minutos, principalmente com as entradas de Marcelo e Isco. Comandada por Miranda, a zaga rival era de uma raça poucas vezes vista.
Parecia que seria o suficiente quando se olhava para o técnico Simeone correndo elouquecido no canto do campo. Era ele que regia sua equipe em campo, e a torcida na arquibancada, em um estilo meio Felipão de disputar mata-matas.
Mas também com uma bola na área, na falha da zaga do Atlético, Sergio Ramos empatou aos 47min do segundo tempo. Voltava ali toda a sina do clube mais pobre de Madri. O time que perdera um campeonato europeu em 1974 também após um gol no último minuto. A equipe que seguidamente é derrotada pelo Real em jogos importantes. Ali desabava a couraça montada por Simeone.
Despedaçado, o Atlético Madri lutou prorrogação a dentro. Mas já não tinha a força suficiente para enfrentar o talento superior. Quando Bale enfim acertou o arremate – depois de três erros – completou de cabeça jogada brilhante de Di Maria. Esse argentino, hoje o melhor jogador em atividade de seu país, acima de Messi no momento, abriu a zaga do Atlético.
Até Miranda, quase perfeito no jogo, tomou um drible dele no lance do gol. Porteira aberta, Marcelo, que joga uma final dessas como se estivesse na pelada, fechou o caixão do Atlético. O último gol, de pênalti, foi a homenagem a Cristiano Ronaldo. Não foi bem na final, mas foi o maior jogador do torneio.
Justo para o melhor time, triste para a equipe que mais lutou. Não cabia a falta de elegância de Simeone que criou confusão no final e recusou a medalha de prata no peito quando Platini tentou colocá-la.
Nenhum dos talentosos jogadores do Real deu qualquer importância ao gesto. Estavam ocupados em levantar pela décima vez o troféu, como já fizeram Di Stefano e companheiros tantas vezes antes com o mesmo uniforme.
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